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sábado, 6 de novembro de 2010

Megaestádios do Qatar para a #Copa de 2022 #Arquitetura #ArabWorld #futebol

Hoje, pela newsletter do ICÁrabe, acabei conhecendo um site brasileiro muito interessante - e desde já recomendado - sobre o mundo e a cultura árabes: o portal Arabesq, que traz notícias, informações, imagens e músicas dos países árabes. É uma versão profissionalizada e muito mais organizada do que me proponho com este posterous, com a diferença que, a partir de 21 de dezembro, este espaço vai se transformar em diário online da minha expedição ao Oriente Médio.

Enfim, no Arabesq, acabei encontrando um vídeo que procurava há algum tempo. Trata-se da apresentação do Qatar em sua candidatura para sediar a Copa do Mundo de Futebol de 2022. Deem uma olhada:

Gostei de alguns projetos, especialmente do Al-Khor (que imita uma concha e se abre para o Golfo Pérsico), mas me questiono sobre o exagero e a cafonice de alguns outros (sobretudo o do complexo de Al-Wakrah, que se inspira em óasis do deserto, mas se perde numa mistura esquisita de shopping-center com jardins suspensos)... enfim, além de tudo, acho cansativa a tendência arquitetônica de busca inspiração em formas da natureza para tudo.

Não duvido e também torço para que o Qatar (país com a maior renda per capita do mundo) consiga sediar essa Copa. Até lá, porém, veremos espalhados pelo mundo um exército de estádios-monumento vazios e sem propósito.


terça-feira, 2 de novembro de 2010

A perseguição aos árabes não-islâmicos no #Iraque #arabworld #catolicos #finados #cristianofobia

Em postagens anteriores, comentei o processo de cristianofobia no mundo islâmico e como ser árabe não significa, necessariamente, ser muçulmano. Pois bem, mal o assunto foi abordado, mal o Papa Bento XVI encerreu um sínodo (uma reunião consultiva da Igreja) com bispos do Oriente-Médio para tratar da perseguição aos cristãos naquelas terras, passamos, do domingo até hoje, à chacina de 40 cristãos católicos, de rito siríaco, em uma igreja de Bagdá.

No que me parece um claro martírio (a morte por professar sua fé), o padre Taher Saadallah Boutros foi o primeiro a ser morto, já no domingo durante a missa, quando terroristas do grupo Estado Islâmico do Iraque, vinculado à Al Qaeda, invadiram a igreja de Nossa Senhora do Socorro e fizeram mais de 100 reféns.

Numa ação completamente desastrada, o Governo iraquiano decidiu invadir a igreja, nesta segunda-feira de Finados, e precipitou a morte dos fieis, além de sete agentes de polícia e cinco dos sequestradores. Foram 52 mortos, no total.

Os cristãos do Iraque pertencem a denominações de tempos bíblicos, como os caldeus e os assírios. Antes da guerra de 2003, havia cerca de 1 milhão de cristãos no país, agora são quase metade disso, como consequência das perseguições de grupos muçulmanos que em nada lembram os tempos de tolerância e convívio estabelecidos nos califados da primavera islâmica. Na Bagdá (que significa "Casa do Conhecimento") antiga, berço da primeira universidade do mundo, bem como no reinado de Saladino sobre a Terra Santa e na Andaluzia moura, a convivência e a troca de conhecimento entre muçulmanos, cristãos (necessariamente, católicos) e judeus dava-se de forma pacífica e proveitosa para todos.

Já em 2008, os ataques contra cristãos de diversos ritos custaram a vida de 40 pessoas e provocaram umêxodo na cidade iraquiana de Mosul. A nova Constituição do país reconhece os direitos de culto e ensino, mas estabelece também que "nenhuma lei poderá ir contra as regras do Islã". Ainda que a presença dos cristão seja muito anterior a dos muçulmanos, eles ficaram expostos aos defensores da jihad, que os consideram simpatizantes do Ocidente.

No início do ano, conheci uma professora da Universidade Nova York (NYU) que é judia iraquiana. Nasceu no Iraque, mas foi expulsa de lá com a família ainda criança. Em Israel, também sofreu com o preconceito de judeus de origem europeia, por ser uma judia de origem árabe. Enfim, uma história de perseguição por todos os lados, que merece ter fim. Mas isto é assunto pra outra postagem.

O insustentável peso de #Dubai #sustentabilidade #arabworld #urbanismo #meioambiente

Reproduzido da VejaOnline

O horizonte em Dubai é o mais brilhante de todo o Oriente Médio. Mas em terra firme, os problemas ambientais causados na cidade que foi rapidamente construída sobre a areia não têm nenhum glamour. Nos últimos anos, turistas têm se deparado com detritos na porção de Dubai do Golfo Pérsico. Dessalinizar água do mar para abastecer torneiras, propriedades irrigadas e fontes está aumentando a concentração de salinidade. Ainda que sobre vastas reservas de óleo, a região está ficando sem fontes de energia para sustentar seu pomposo estilo de vida.

Coisas básicas - como o tratamento de resíduos e fornecimento de água limpa - somadas aos inúmeros projetos industriais demandam tanta energia elétrica que a região está a caminho de um futuro nuclear, levantando questionamentos sobre riscos, tanto políticos quanto ambientais, sobre o fato de depender de uma tecnologia vulnerável a acidentes e ataques terroristas. Deslumbrados com a rápida urbanização de Dubai, outros países na região do Golfo tentam seguir seu modelo enquanto se preparam para o grande estouro populacional que está por vir nos próximos dez anos.

Mas além de seus arranha-céus e pistas artificiais de esqui, Dubai traz uma narrativa alarmante sobre os perigos por trás da construção de supermetrópoles no deserto. "O crescimento tem sido intenso, mas as pessoas esquecem do meio ambiente," diz Jean Francois Seznec, especialista em Oriente Médio e professor da Universidade Georgetown, em Washington. "A postura era a de que os negócios sempre vinham em primeiro lugar. Mas agora eles estão percebendo o aumento dos problemas, e descobriram que precisam ser mais cautelosos."

Assim como uma versão oriental de Las Vegas, o maior desafio de Dubai é a obtenção de água - que é encontrada em toda parte, mas, no Golfo, só é própria para consumo com a ajuda de grandes usinas de dessalinização. São elas que produzem as emissões de dióxido de carbono que tornaram os Emirados Árabes Unidos um dos países que mais emitem carbono do mundo. As usinas geram ainda uma enorme quantidade de sedimentos que são bombeados de volta ao oceano.

No limite - Para saciar a sede, os Emirados Árabes dessalinizam o equivalente a 4 bilhões de garrafas de água por dia. Mas sua fonte é escassa: a região tem em média um suprimento de água estimado para apenas quatro dias. Essa margem de escassez é ainda mais reduzida pelo consumo notório de ícones da construção civil, a exemplo do Burj Khalifa, considerado o prédio mais alto do mundo, e que sozinho consome o equivalente a quantidade de água em 20 piscinas olímpicas por dia para manter-se com temperatura amena em meio ao deserto.

Os níveis de de salinidade do golfo aumentaram de 32.000 para 47.000 partes por milhão em 30 anos. Esse número é suficiente, afirma Christophe Tourenq, pesquisador do World Wildlife Fund em Dubai, para ameaçar mangues, a fauna e a vida marinha local. O rápido crescimento causou também outros tipos de problemas ambientais, incluindo o tratamento dos detritos que tem feito um esforço imenso para acompanhar todo esse desenvolvimento. Até agosto, a única unidade de tratamento de dejetos de Dubai foi forçada a manejar 480.000 metros cúbicos de água com detritos diariamente, quase o dobro de sua capacidade total.

Alguns dos 4.000 motoristas dos carros tanques que transportam dejetos diariamente de Dubai até a usina simplesmente desaguavam o carregamento nas linhas de esgoto do elegante bairro de Jumeriah, poluindo lugares como o Dubai Offshore Sailing Club, onde manchas negras ainda são vistas em rochas próximas à marina, denunciando o derramamento de esgoto. Enquanto isso, centenas de arranha-céus tiveram de repensar suas prioridades e soluções em relação ao consumo e obtenção água e gasto de eletricidade; padrões e normas ambientais raramente são postos em prática na construção civil.

Florestas no deserto - Autoridades afirmam que o ritmo de crescimento desenfreado tem sobrecarregado as fontes de recursos naturais. Muitos dos esforços para suprir a demanda dos próximos vinte anos têm aumentado os desafios de proteção ambiental, disse Majid Al Mansouri, secretário geral da Agência Ambiental de Abu Dhabi. "Mesmo superando uma grande parte dos desafios, reconhecemos que ainda resta muito trabalho a ser feito." A sustentabilidade é um assunto muito debatido por aqui, e a capital Abu Dhabi tem sido a maior encarregada pelos erros ocorridos em Dubai.

Para enfrentar o problema de água, Abu Dhabi montou um sistema de monitoramento de água subterrânea e está conseguindo reutilizá-la para irrigar propriedades e florestas no deserto. A cidade começou uma campanha de conscientização. No mês passado, governo aprovou o início da construção do primeiro reservatório de água dos Emirados Árabes Unidos, com capacidade para estocar água para abastecimento durante um mês. O governo também passou a exigir que novas construções sejam projetadas utilizando os padrões ocidentais de redução de impacto ambiental no tocante ao consumo de água e energia.

A ameaça do esgoto diminuiu desde que Dubai inaugurou parte da nova estação de tratamento de água no meio deste ano, duplicando a capacidade de tratamento nos Emirados Árabes. Além disso, após a crise financeira que atingiu Dubai, cerca de 400.000 trabalhadores migrantes deixaram o país, reduzindo a demanda das usinas de tratamento, que atualmente operam em capacidade máxima. Mas até mesmo estas soluções enfrentam dificuldades. "Muitas coisas boas vêm acontecendo," conta Mohammed Raouf, diretor ambiental do Gulf Research Center. "Mas ao mesmo tempo, com todas as leis ambientais, estratégias e planos de sustentabilidade, nem tudo tem sido aplicado."

Futuro nuclear - Ambientalistas afirmam que ainda existem denúncias do despejo de dejetos na rede de esgoto do deserto. E enquanto o governo tenta abordar os problemas da água e dos detritos, Dubai e Abu Dhabi aguardam ansiosamente a nova leva de moradores que chegará na próxima década, implicando uma nova demanda por água tratada, saneamento e eletricidade. Grandes projetos industriais, a exemplo da fundição do alumínio e produção de aço, que exigem fontes grandes e estáveis de eletricidade, sobrecarregam a capacidade de energia dos Emirados Árabes. Muitos desses projetos são de produção para exportação que complementam os negócios petrolíferos do país e também são utilizados na implementação de infraestrutura.

No entanto, eles são abastecidos com gás natural do Catar, com capacidade para suprir apenas a região. Alternativas como a energia solar e eólica, dentre tantas outras soluções como o uso do carvão, acabam não sendo viáveis por causa de desafios de transporte e fornecimento. Como resultado, os Emirados estão pensando em utilizar energia nuclear como a principal fonte energética. Em dezembro, os Emirados Árabes assinaram um acordo com Washington para permitir a construção de usinas nucleares que não fazem uso ou reprocessam urânio. Abu Dhabi estima construir cerca de quatro usinas até 2017 e conseguir gerar cerca de 23% da energia dos Emirados Árabes até 2020.

Arábia Saudita, Kuwait, Catar, Banhein e Egito também estudam o uso da energia nuclear. "Nós vemos a energia nuclear como um fator importante para o desenvolvimento econômico e a diversidade estratégia dos Emirados Árabes," afirma Mohamed Al Hammadi, diretor executivo da Emirates Nuclear Energy Corp. "A energia nuclear fornece energia 24 horas, sete dias por semana, um ano inteiro, então é uma solução compatível." Entretanto, sob a ótica da sustentabilidade, o uso da energia nuclear não faz muito sentido, argumenta o especialista ambiental Raouf.

Ainda que produza energia limpa, ela "não pode ser renovável, há um grande problema com o gasto, e a provisão de urânio está prestes a sumir dentro de 40 ou 50 anos", diz ele. "É pouco lógico, ao menos que você realmente queira usá-la por razões políticas ou de segurança." Al Hammadi, que trabalha junto às autoridades para descobrir novas formas de aumentar a oferta de energia dos Emirados Árabes, afirma que a tecnologia nuclear implementada é "um modelo seguro e tranquilo". Ainda assim, ambientalistas temem que o governo esteja perseguindo um modelo de desenvolvimento econômico de maneira confusa. "O que o país nos mostrou," conta Raouf, "é que se não trabalharmos com a sustentabilidade, podemos até conseguir lucro de forma mais rápida, mas vamos ter de encarar muitos riscos".

sábado, 23 de outubro de 2010

Fashionista Terrorista #arte #Isla #arabworld #exposicao #ccbb

Composição de Laila Shawa, na mostra "Miragens", de arte contemporânea do mundo islâmico, em cartaz no CCBB do Rio.
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segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Catadores do Cairo usam o lixo para conseguir luz e água quente #sustentabilidade #arabes #Egito

Da Revista Exame

Cairo - Eles vivem com menos de um dólar por dia, não têm emprego nem comida e às vezes sequer água ou eletricidade e, no entanto, construíram em seus tetos tecnologia sustentável de primeira qualidade com a única coisa que têm de sobra: o lixo.

Alguns moradores da comunidade de Zabbaleen ("catadores de lixo", em árabe) construíram aquecedores solares com materiais recicláveis que proporcionam a eles água limpa e quente.

Assim, para os habitantes deste bairro, tornou-se coisa do passado aquecer água na estufa ou com querosene, que anualmente causam a morte de 30 pessoas por acidentes.

O autor intelectual - e principal executor - dessa ideia é o cientista americano Thomas Culhane, apaixonado pela criação de cidades sustentáveis, que se mudou para a favela do Cairo há quatro anos para iniciar o projeto.

"Preparamos eco-comunidades que possam produzir soluções de água, energia, resíduos sólidos e que as pessoas sintam isso em seus ossos e mãos, que o vivam todos os dias", enfatiza Culhane à Agência Efe.

A missão de sua ONG, Solar Cities, se limita a diminuir as despesas em energia e resíduos nas áreas dos lares que mais os produzem - banheiros e cozinhas.

A tecnologia é tão simples que até "uma criança de dois anos pode fazê-lo. Com a ajuda do pai, claro", ressalta Culhane, enquanto olha a foto de seu filho com uma chave de fenda na mão.

As 17 placas solares já instaladas no bairro, construídas com canos de ferro e chapas de alumínio de latas recicladas, aquecem a água que percorre os canos e a enviam a um tanque conectado com mangueiras e válvulas, também extraídas do lixo.

Um efeito de sifão faz com que a água quente se acumule no alto do tanque e que a água fria saia por baixo para entrar novamente no coletor solar.

"Não é uma tecnologia que veio de mim, mas saiu da própria comunidade. Carpinteiros, encanadores, eletricistas, soldadores e artesãos. Todos cooperaram com ideias", explica o físico.

O benefício é que, com um só dia de "bom sol" - coisa que não falta no Cairo ao longo do ano -, uma família pode ter 200 litros de água quente sem gastar um só centavo.

O projeto na comunidade de Zabbaleen, onde vivem cerca de 50 mil pessoas entre montanhas de lixo, não termina por aí, já que em alguns lares também foram construídos sistemas que permitem obter gás a partir da decomposição dos resíduos orgânicos.

"O maior problema das cidades é o lixo orgânico", ressalta Culhane. No entanto, segundo ele, com esses biodigestores, os resíduos desaparecem, "evitando odores, doenças e ratos".

"É ótimo que as pessoas falem da mudança climática e de controlar seus efeitos, mas com isso nós estamos salvando vidas", argumenta Culhane, ao dar o exemplo de seu principal colaborador, Hanna Fathy, cuja sobrinha de um ano de idade foi devorada pelos ratos.

A casa de Fathy - um egípcio de 27 anos -, localizada na comunidade Zabbaleen, na zona de Manshiyat Nasser, pode ser comparada aos lares sustentáveis dos países mais desenvolvidos.

Com seu sistema de aquecedores solares, a família tem água quente todos os dias. O biodigestor proporciona uma hora de gás ou 45 minutos de eletricidade. Além disso, a família se dá o luxo de ouvir música na rádio.

"Gosto de mostrar às pessoas todos os benefícios que o sol pode nos dar com uma tecnologia barata que eles mesmos podem construir", afirma Fathy, que vive dos chamados "tours solares", oferecido pela Solar Cities em seu site ("solarcities.blogspot.com").

Para Culhane, o Egito tem "os profissionais, os recursos e a criatividade" para resolver suas principais necessidades. "Só é preciso que comecemos a mudar de mentalidade".

E ele promove essa mudança de uma maneira mais que original. Com seu violão solar e suas próprias composições, Culhane faz os Zabbaleen cantarem músicas pegajosas: "É hora de mudar o biogás!" 

domingo, 17 de outubro de 2010

Do Sínodo chega um não à Cristianofobia e Islamofobia no #OrienteMedio #Árabes

Da Radio Vaticana, em português, sobre o Sínodo dos Bispos para o Oriente Médio, conclamado pelo Papa Bento XVI para abordar a perseguição aos cristãos no Oriente Próximo, da Turquia ao Iraque. Vale acompanhar!

O diálogo ecuménico e interreligioso estiveram esta sexta feira no centro dos trabalhos do sínodo para o Médio Oriente que decorre no Vaticano sobre o tema da comunhão e do testemunho. Na presença de Bento XVI auditores e delegados fraternos fizeram as suas intervenções .
Agir juntos para o bem dos cristãos no Médio Oriente na óptica de uma Igreja universal baseada na Eucaristia, unificar a celebração da Páscoa, instituir uma festa dos mártires do Oriente.

A página do diálogo ecumênico do Sínodo é ampla e articulada: olha para o fim do conflito entre Israelitas e palestinianos para levar a paz à região. Mas que "o diálogo seja efectuado também em forma interreligiosa", pedem os bispos, recordando que país islâmico não significa, automaticamente país terrorista. Neste contesto a aula sinodal sugere que se promova uma resolução da ONU sobre a liberdade religiosa que tutele, tanto da Cristianofobia como da Islamofobia, porque não se deve ser tímidos na defesa do direito de professar a própria fé, assim como não se deve usar a religião para justificar guerras de interesse político e econômico.

As experiencias do diálogo entre as religiões são referidas também pelos auditores do Sínodo, Movimento dos Focolares, Caminho Neocatecumenal e Comunidade de Santo Egídio que reafirmam a importância da presença cristã nos países islâmicos, o seu trabalho na promoção da paz e da unidade. Vital é também a colaboração com os leigos e a necessidade de oferecer às mulheres e aos deficientes a possibilidade de descobrir a própria missão na Igreja e no mundo e educar os jovens à abertura e à aceitação dos outros. Para isso pode ser útil relançar a literatura árabe-cristã.

O olhar do Sínodo alargou-se depois ao drama horrível dos cristãos no Iraque: existe uma campanha deliberada para os expulsar do país, dizem os bispos, a comunidade internacional não pode ficar em silêncio. E o silêncio não deve descer tão pouco sobre a situação dificil da Igreja na Turquia, às vezes ignorada e em perigo de sobrevivência . A sua historia , afirmam os padres sinodais foi escrita também com o sangue de vitimas como D. luís Padovese, Vigário apostólico da Anatólia , morto premeditadamente em junto passado, pelos mesmos poderes indicados como responsáveis da morte do Padre André Santoro e do jornalista arménio Dink.

Vídeo de divulgação do Sínodo

 

Entrevistas com os prelados participantes sobre as expectativas do encontro


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Masdar - A Fonte: o futuro que já é cidade nos Emirados Árabes #UAE #MasdarCity #ArabWorld

Dado o sucesso da postagem anterior, com fotos e informações, sobre esta cidade planejada para ser um centro universitário e científico plenamente sustentável (com total compensação das emissões de carbono) no deserto de Abu Dahbi, encaminho um vídeo retirado do site oficial do projeto Masdar City, que mostra o que já foi feito e como ficará a cidade quando pronta. É sensacional!

Postado por Thyago Mathias

domingo, 10 de outubro de 2010

#Recomendo a Exposição #Islã, no @CCBB_RJ #arabworld #feriado #árabes

O Centro Cultural Banco do Brasil do Rio apresenta, a partir de 12 de outubro (próxima terça-feira, o que é uma ótima pedida para o feriado) a exposição Islã, que traz mais de 300 obras e abrangem 13 séculos de arte islâmica – do século VIII ao início do XX. A mostra é composta por principalmente por peças da Síria (sob dominção turco-otomana) e do Irã, mas inclui também obras do norte da África, de países como Nigéria, Mali, Niger, Mauritânia, Marrocos, Líbia, Burkina Faso e da cultura Tuaregue, povos nômades do Saara, vindos dos acervos da BibliASPA (Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes) e do Acervo Casa das Áfricas. Não custa lembrar que as visitas ao CCBB são gratuitas.

“Para ilustrar 13 séculos de uma civilização que conseguiu criar uma arte de caráter tão próprio e diverso, ao mesmo tempo com traços inconfundíveis de homogeneidade, foi negociado um conjunto de obras que abrangem um amplo leque de objetos úteis e decorativos, através dos quais é possível admirar o refinamento e os conceitos estéticos aplicados pelos artistas-artesãos em sua maioria anônima”, afirma o idealizador do projeto, Rodolfo Athayde.
 
“Islã” terá peças de ourivesaria, mobiliário, tapeçaria, vestuário, armas, armaduras, utensílios, mosaicos, cerâmicas, objetos de vidro, iluminuras, pinturas, caligrafia e instrumentos científicos e musicais.  A exposição é comemorativa dos 21 anos de aniversário do CCBB. 

Para Athayde, o interesse pela cultura islâmica é proporcional ao lugar que ela ocupa no panorama dos acontecimentos contemporâneos. Importantes espaços europeus – , como Caixa Fórum da Espanha, e o Instituto do Mundo Árabe, em Paris – fizeram recentemente mostras de arte islâmica. O Museu do Louvre se prepara para abrir galerias dedicadas ao tema em 2011. Nos Estados Unidos, o Museu de Boston e o LACMA de Los Angeles exibem importantes acervos recém-adquiridos, assim como Toronto, no Canadá, prepara a abertura do Museu Aga Khan.

“Nossa exposição no Brasil amplia esse circuito trazendo um acervo pouco visto internacionalmente e absolutamente inédito no Brasil”, diz Athayde, que divide a curadoria com o Prof. Dr. Paulo Daniel Farah – diretor da Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes (Bibliaspa).
 
Os acervos que compõe a exposição são provenientes dos mais importantes museus da Síria e do Irã: Museu Nacional de Damasco, do Palácio Azem (Museu das Tradições Populares) e Museu da Cidade de Aleppo, na Síria; e Museu Nacional do Irã, Museu Reza Abassi e Museu dos Tapetes, em Teerã. Virão ainda peças provenientes de países do norte da África, pertencentes aos acervos da BibliASPA (Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes) e do Acervo Casa das Áfricas.

A exposição, por salas
A mostra que será apresentada no CCBB do Rio de Janeiro, e que vai a itinerar pelos CCBBs de São Paulo e Brasília, está organizada por salas temáticas e ao mesmo tempo respeita um sentido cronológico, sem se submeter ao rigor temporal.  A idéia é proporcionar um passeio por um período de 13 séculos pela historia da cultura islâmica, que nasce na da Península Arábica e se expande com uma velocidade histórica incomum, até dominar um vasto território, que foi da península Ibérica até o pé dos Himalaias, absorvendo e sincretizando culturas diversas dos povos conquistados ou convertidos. As salas terão a paleta típica da arte do Islã, nas cores verde e azul (no mesmo tom que originou os azulejos portugueses).

Térreo
Na cenografia do térreo do CCBB serão usados padrões retirados do nicho direito da Grande Mesquita de Damasco (Omíadas), que é um marco da primeira etapa da arte islâmica, decorada sob influência bizantina. A Grande Mesquita foi construída entre 706 e 715 pelo Califa Al-Walid, que mandou vir operários bizantinos para manter o estilo existente na igreja sobre a qual foi construída a mesquita.  Será criado, na rotunda do CCBB, um típico pátio interno da arquitetura islâmica, onde se verá um chafariz, e a marca da exposição “Islã”, criada pela designer Bete Esteves com base na caligrafia árabe.

Primeiro andar
Um portão cenográfico da arquitetura muçulmana receberá o visitante na entrada da exposição, em uma sala que terá um caráter introdutório ao universo da cultura islâmica.  Diferentes mapas contarão os períodos de expansão territorial do Islã, acompanhados de uma linha do tempo que percorre do século VII ao século XX, destacando os mais importantes acontecimentos históricos vinculados ao mundo islâmico. Alguns objetos selecionados destacarão para o público  o conteúdo do  restante da exposição.
 
Uma pequena sala de passagem mostrará plantas arquitetônicas das mais importantes mesquitas, como a Mesquita dos Omíadas em Damasco, a Mesquita da Rocha, em Jerusalém, entre outras, e azulejos históricos serão recriados, e ressaltada a estrutura básica dos seus padrões.
 
A seguir, a sala dominada pelo trabalho em pedra, que começa com fragmentos originais do Palacio Al Gharbi, na Síria, onde nos primórdios da arte islâmica é possível identificar as influências greco-latinas, e será possível ver peças do século VIII e vitrines com objetos de cerâmica e vidro, de períodos do séc.VII ao XIII, como uma lâmpada de azeite em forma de cabra de porcelana azul e outras pequenas lâmpadas de azeite em cerâmica azul esmaltada.  O fundo da sala é dominado por uma peça de madeira maciça com inscrições, usada como parte de uma barreira no séc. XI.
 
A viagem ao interior do Islã segue por uma pequena sala que guarda a Miniatura de Shahnameh e outros desenhos similares cuidadosamente ilustrados com textos que narram histórias do séc. XV, que pertenceram à livraria Real de Teerã, e uma série de objetos científicos como o astrolábio plano proveniente do Palácio Golestan em Teerã, ou o curioso astrolábio esférico de Isfahan, do século XI, que representa um globo celeste. Estas peças se relacionam com um painel sobre o saber no mundo islâmico: as aventuras da Casa do Saber criada em Bagdá no séc. IX, os feitos do filósofo e médico Avicena, o resgate de Aristóteles pelo filósofo andaluz Averroes, entre outras mentes brilhantes que fizeram florescer essa civilização. Um cofre guardará os tesouros da ourivesaria, com jóias da Síria do séc. XI, como os brincos de ouro em forma de pássaros, jóias do Irã, pratas dos Tuaregues do deserto e uma exclusiva coleção de moedas antigas de várias épocas, que vai do período Omíadas ao Império Otomano.
 
Depois surge a sala da palavra e a escrita, pois “sem escrita não há arte, nem sequer Islã, sem o valor transcendental da palavra e sua materialização, a escrita”, observa Athayde. Esta sala receberá o visitante com uma coleção de livros entre Alcorões e outros exemplares que mostram a arte da caligrafia árabe na sua complexidade e riqueza.  Um antigo exemplar de uma página de Alcorão em letras Kuficas, escrito sobre pele de gazela, divide a atenção com as páginas douradas de outro Alcorão do séc XVII, e um tecido bordado em ouro, que repete o padrão de uma “Sura” (versículo do Alcorão), vindo do Irã do século XVII.  Há ainda uma pequena pedra com inscrições em árabe, talvez um dos mais antigos testemunhos da língua  árabe, datada do séc. VIII, do período Omíada, na Síria.  Tábuas de escritura tuaregues e objetos para talhar e escrever também estão nesta sala, em que tudo gira em torno da palavra, essencial a uma cultura letrada, “onde o sagrado Alcorão é a própria palavra de Deus”.
 
A sala a seguir se distingue pelos famosos tapetes persas, arte popular levada ao máximo requinte, que ainda sobrevive em cidades como Tabriz e Isfahan.  São tapetes de várias épocas, alguns deles típicos tapetes de oração, que dividem os espaço com vitrines que exibem trabalhos em metal e um nicho dominado por uma armadura de cota de malha de ferro do séc XII, usada na época dos Cruzados, “quem sabe numa batalha das batalhas que o grande Saladino lutou pela conquista da Terra Santa”. Uma vitrine central é dedicada à típica cerâmica azul, comum em todo o mundo islâmico.
 
A última sala nos leva ao interior do palácio Azem, residência do Paxá, governador da Síria durante o período Otomano, o último dos grandes impérios muçulmanos. Destaque para o mobiliário de poltronas e o baú crivados de madrepérolas, artesanato típico da Síria, e para as roupas que ocupam o centro da sala, assim como instrumentos musicais que são obras de arte do século XIX, fetos pelo mais famoso luthier da Síria na época.

Ciclo de debates
Haverá ainda um ciclo de debates com convidados internacionais, representantes dos museus envolvidos na exposição, e autoridades nacionais que tratarão de temas como a importância da civilização islâmica no contexto mundial, suas contribuições em diversas áreas do conhecimento, o desenvolvimento científico e as manifestações artísticas de localidades onde é expressiva a presença dessa religião. Esses debates tratarão também temas como o papel histórico da comunidade muçulmana e árabe no Brasil, desde a época do Império até a atualidade

Serviço
Data: 12 de outubro a 26 de dezembro
Horário: Terça a domingo, das 9h às 21h
Local: Sala A, Contemporânea - 2º andar | Rua Primeiro de Março, 66 - Centro
Agendamento de visitas monitoradas: Segunda a sexta, das 9h às 18h | Telefones: (21) 3808-2070 e 3808-2254

 

Postado por Thyago Mathias, a partir do site do ICÁrabe