
"Com sua atitude em Trinidad e Tobago, Obama confirma a emancipação da América Latina e com isso acentua o ocaso da Doutrina Monroe. É notório na AL o avanço da China. Rússia retorna à região, ao tempo que Iran, Índia e África Do Sul se projetam ativamente na região. Os cinco - Pequim, Moscou, Teerã, Pretoria e Nova Delhi - procuram reforçar os laços em materias, energética e alimentar (áreas estratégicas de recursos vitais)".
"Ao interesse na região destes atores, some-se a variedade de atores não governamentais (partidos políticos, organizações civis de diversas índoles, movimentos antiglobalização, comunidades religiosas, indígenas, grupos transnacionais criminais, entre outros) com AL. Cresceram os questionamentos frontais aos EUA e surgiram governos manifestamente críticos à Washington".
"Nesse contexto, Barack Obama não parece inclinado em reconstruir à força a Doutrina Monroe. Isto significa que os âmbitos e assuntos continentais devem ser vistos como um sistema múltiplo e complexo. As instâncias coletivas (OEA, BID) deveriam fortalecer-se, assim como o Grupo do Rio, um potencial organismo regional para tratar da questão das drogas, e o Conselho Sulamericano de Defesa, e até o Banco do Sul, como eventual banco de desenvolvimento.
"Assistimos a um momento raro nas relações interamericanas: poucas vezes se apresentaram tantas condições para que a América Latina reduza a subordinação aos EUA com concordância desse. Nesse sentido, a V Cúpula das Américas significa o fim de uma época e o início de uma nova era nas relações interamericanas".
Publicado por Thyago Mathias
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