Do Globo
Sete meses após ser libertada pela guerrilha colombiana, Ingrid Betancourt voltou à berlinda. Desta vez, de forma negativa. Três americanos que foram reféns das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) publicaram o livro "Out of Captivity" (Fora do cativeiro) em que acusam a célebre prisoneira franco-colombiana de furtar comida dos companheiros no cativeiro que eles dividiam.
Os autores da obra - Marc Gonsalves, Keith Stansell e Tom Howes - descrevem Ingrid como "dominadora", "traidora" e "egoísta". Após cinco anos de cativeiro, os três foram soltos na mesma operação que devolveu Ingrid à liberdade.
- Eu não quero atacá-la, mas a verdade é muito cruel - disse Stansell ao "New York Times".
Os empreiteiros americanos foram capturados por guerrilheiros depois que o avião em que estavam caiu na selva colombiana. Segundo eles, Ingrid dizia às Farc que os três poderiam ser agentes da CIA (agência de inteligência americana).
O livro mostra uma Ingrid que se sentia no topo da hierarquia dos reféns e que determinava até o horário para o banho dos prisioneiros. A franco-colombiana acumulava roupas usadas e material para escrever que deveriam ser dados a outros reféns, além de sonegar informações que ela capturava de um rádio que ela mantinha escondido, contam os autores. Stansell se refere a Ingrid como uma "princesa arrogante" que "pensa que as Farc construíram um castelo só para ela".
Ingrid não comentou sobre o conteúdo da obra, lançada na quinta-feira em Nova York.
sábado, 28 de fevereiro de 2009
Micropagamentos: o futuro do jornalismo?
Do Knight Center for Journalism
Segundo Stephen Dubner, trata-se de uma estratégia que tem ganhado o respeito de vários jornalistas. "A comunidade jornalística se tornou obsessiva com a idéia. Isso é o que acontece quando um modelo de negócio existente começa a entrar em colapso", escreveu.
O debate sobre os micropagamentos volta à cena depois que umareportagem de capa da revista Time sugeriu o modelo como uma alternativa viável para a crise financeira do jornalismo nos Estados Unidos.
O professor de jornalismo e pesquisador Leonard Witt dá destaque em seu blog a um artigo publicado por Stephen Dubner na coluna Freakonomics, do New York Times, em que se discute o micropagamento como uma solução para empresas jornalísticas diante da forte turbulência da economia mundial. Stephen conversou com alguns especialistas para discutir a seguinte questão: Será o micropagamento o futuro do jornalismo?
O micropagamento é um modelo no qual se pagaria pequenas quantias por cada clique destinado a qualquer serviço ou produto na internet. Uma espécie de moeda digital que permitiria a compra de artigos ou edições completas de jornais e revistas, e de acesso a blogs ou vídeos, ao preço de US$ 0,05 à US$ 0,50.
Segundo Stephen Dubner, trata-se de uma estratégia que tem ganhado o respeito de vários jornalistas. "A comunidade jornalística se tornou obsessiva com a idéia. Isso é o que acontece quando um modelo de negócio existente começa a entrar em colapso", escreveu.
O debate sobre os micropagamentos volta à cena depois que uma
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Mino: "O governo de Lula não foi e nem é de esquerda"
Do blog do jornalista Mino Carta
O desenfreado Febeapá originado pelo Caso Battisti tem o poder de me desanimar. É a prova da ausência de uma opinião pública contemporânea do mundo, à altura de um país digno de ocupar o lugar que, de fato, lhe compete. Espanta-me a quantidade de pessoas que acreditam ser de esquerda e, de verdade, são fascistas.
Confesso que nunca me deixei impressionar por muitos entre os dispostos a se dizerem esquerdistas. Talvez, a maioria. Haja vista algumas figuras exemplares. FHC, José Serra, Francisco Weffort (grande ideólogo do PT em suas origens), Roberto Freire, Jarbas Vasconcellos etc. etc. Jornalistas às pencas, professores universitários aos magotes. Etc. etc.
Há também alguns heróis, gente de coragem e fé, como Marighella ou Joaquim Câmara Ferreira, mas são exceções, como são os jornalistas e os acadêmicos que permaneceram fiéis às suas origens, como Raimundo Pereira ou Duque Estrada.
Quanto ao Lula, por quem tenho amizade e afeto, ele mesmo me disse no decorrer de uma entrevista de fins de 2005: “Você sabe que nunca fui de esquerda”. Pois acho que foi de esquerda sim, como cabe a um extraordinário líder sindical e ao fundador do Partido dos Trabalhadores, de saída baseado em uma plataforma ideológica muito avançada. Hoje prefere, porém, sair pela tangente.
Pois é, CartaCapital apoiou a candidatura Lula em 2002 e 2006, pronta pagar um preço elevado a ser acusada, quid demonstrandum est, receber em troca a benesses publicitárias do novo governo. Contra todas as evidências, aliás. A semanal CartaCapital, de política, economia e cultura, teve volume de publicidade governista menor do que a quinzenal Exame, de business.
Sem contar as suspeitas de empresários e publicitários, inclinados a crer que estamos aqui a pregar a subversão. Até hoje, vez por outra, somos qualificados como menestréis de Lula e de seu governo.O qual nunca deixamos de criticar, até asperamente, quando entendemos que a crítica se justificava.
Diga-se que o governo de Lula não foi e nem é de esquerda, muito pelo contrário. Conservador, assim o define a The Economist, que de passagem o espinafra em relação ao Caso Battisti na edição desta semana. A política econômica, condenada por CartaCapital, desde os começos, favoreceu os mais ricos e a exploração bursátil, comandada por uma centena de pessoas.
Na política social, outras decepções. É desta semana uma reportagem de CartaCapital, assinada por Sergio Lirio, motivada pelo aniversário do MST, a informar que em termos de assentamentos no campo o governo de Fernando Henrique foi mais eficaz que o de Lula.
Quanto ao Bolsa Família, é a migalha a cair da mesa dos ricos e a sugerir tristes conclusões: bastam 50 reais para fazer a felicidade da maioria dos brasileiros. E isso diz tudo, no país que até hoje figura entre os de pior distribuição de renda, juntamente com Serra Leoa, Nigéria e outros quetais.
A conjuntura econômica mundial por alguns anos favoreceu Lula e as nossas exportações, houve acertos inegáveis na construção de reservas conspícuas e na liquidação da dívida externa, embora seja forçoso reconhecer que o Brasil, ex-exportador de borracha, de açúcar, de café, hoje continua a exportar commodities. Soja e minério de ferro, este, aliás, sempre presente, já que somos donos de mais de 40% do ferro do mundo.
Entramos, porém, em um ano muito difícil, mais do que se imaginou em um primeiro momento. Ao cabo deste sumário balanço, anoto que muito interessante, e positiva, foi a política internacional brasileira. Não precisávamos do Caso Battisti.
O desenfreado Febeapá originado pelo Caso Battisti tem o poder de me desanimar. É a prova da ausência de uma opinião pública contemporânea do mundo, à altura de um país digno de ocupar o lugar que, de fato, lhe compete. Espanta-me a quantidade de pessoas que acreditam ser de esquerda e, de verdade, são fascistas.
Confesso que nunca me deixei impressionar por muitos entre os dispostos a se dizerem esquerdistas. Talvez, a maioria. Haja vista algumas figuras exemplares. FHC, José Serra, Francisco Weffort (grande ideólogo do PT em suas origens), Roberto Freire, Jarbas Vasconcellos etc. etc. Jornalistas às pencas, professores universitários aos magotes. Etc. etc.
Há também alguns heróis, gente de coragem e fé, como Marighella ou Joaquim Câmara Ferreira, mas são exceções, como são os jornalistas e os acadêmicos que permaneceram fiéis às suas origens, como Raimundo Pereira ou Duque Estrada.
Quanto ao Lula, por quem tenho amizade e afeto, ele mesmo me disse no decorrer de uma entrevista de fins de 2005: “Você sabe que nunca fui de esquerda”. Pois acho que foi de esquerda sim, como cabe a um extraordinário líder sindical e ao fundador do Partido dos Trabalhadores, de saída baseado em uma plataforma ideológica muito avançada. Hoje prefere, porém, sair pela tangente.
Pois é, CartaCapital apoiou a candidatura Lula em 2002 e 2006, pronta pagar um preço elevado a ser acusada, quid demonstrandum est, receber em troca a benesses publicitárias do novo governo. Contra todas as evidências, aliás. A semanal CartaCapital, de política, economia e cultura, teve volume de publicidade governista menor do que a quinzenal Exame, de business.
Sem contar as suspeitas de empresários e publicitários, inclinados a crer que estamos aqui a pregar a subversão. Até hoje, vez por outra, somos qualificados como menestréis de Lula e de seu governo.O qual nunca deixamos de criticar, até asperamente, quando entendemos que a crítica se justificava.
Diga-se que o governo de Lula não foi e nem é de esquerda, muito pelo contrário. Conservador, assim o define a The Economist, que de passagem o espinafra em relação ao Caso Battisti na edição desta semana. A política econômica, condenada por CartaCapital, desde os começos, favoreceu os mais ricos e a exploração bursátil, comandada por uma centena de pessoas.
Na política social, outras decepções. É desta semana uma reportagem de CartaCapital, assinada por Sergio Lirio, motivada pelo aniversário do MST, a informar que em termos de assentamentos no campo o governo de Fernando Henrique foi mais eficaz que o de Lula.
Quanto ao Bolsa Família, é a migalha a cair da mesa dos ricos e a sugerir tristes conclusões: bastam 50 reais para fazer a felicidade da maioria dos brasileiros. E isso diz tudo, no país que até hoje figura entre os de pior distribuição de renda, juntamente com Serra Leoa, Nigéria e outros quetais.
A conjuntura econômica mundial por alguns anos favoreceu Lula e as nossas exportações, houve acertos inegáveis na construção de reservas conspícuas e na liquidação da dívida externa, embora seja forçoso reconhecer que o Brasil, ex-exportador de borracha, de açúcar, de café, hoje continua a exportar commodities. Soja e minério de ferro, este, aliás, sempre presente, já que somos donos de mais de 40% do ferro do mundo.
Entramos, porém, em um ano muito difícil, mais do que se imaginou em um primeiro momento. Ao cabo deste sumário balanço, anoto que muito interessante, e positiva, foi a política internacional brasileira. Não precisávamos do Caso Battisti.
Cursos online gratuitos da BBC
A página de treinamento e desenvolvimento da BBC (clique aqui para conferir) oferece cursos online gratuitos para jornalistas e produtores ou administradores de conteúdo.
Embora existam módulos presenciais, alguns cursos podem ser feitos exclusivamente online, com o mesmo material utilizado no treinamento de funcionários e colaboradores da companhia britânica.
A BBC oferece módulos em Jornalismo, Televisão, Rádio, Tecnologia de Transmissão e Gestão de Transmissão.
Embora existam módulos presenciais, alguns cursos podem ser feitos exclusivamente online, com o mesmo material utilizado no treinamento de funcionários e colaboradores da companhia britânica.
A BBC oferece módulos em Jornalismo, Televisão, Rádio, Tecnologia de Transmissão e Gestão de Transmissão.
Como escrever para a web
O Centro Knight para o Jornalismo nas Américas na Universidade do Texas em Austin publicou o livro em espanhol, Como escrever para a web, escrito pelo jornalista colombiano Guillermo Franco.
O livro pode ser baixado gratuitamente em formato PDF, basta clicar aqui.
Como escrever para a web é o segundo guia de habilidades para jornalistas que o Centro Knight publica. Em dezembro de 2007, o Centro Knight lançou edições eletrônicas em espanhol e português do livro Jornalismo 2.0: Como sobreviver e prosperar, Um guia de cultura digital na era da informação, escrito pelo jornalista americano Mark Briggs. As edições em português, espanhol e inglês podem ser baixadas em formato PDF, na íntegra e gratuitamente, aqui.
O novo livro de Franco traz exemplos práticos sobre como escrever para publicações online e como pesquisar a partir de outras fontes. Ele o considera não somente um manual, mas um ponto de partida para um guia mais abrangente sobre como escrever para a web, com contribuições de jornalistas de toda a América Latina e do Caribe. Vários colegas que participaram do projeto deram início a um grupo de discussão no Facebook sobre "como escrever para a web".
Franco tem 23 anos de experiência jornalística. Ele tem dedicado seus últimos oito anos ao jornalismo digital e à internet. Ele desenvolveu toda a sua carreira na Casa Editorial El Tiempo (CEET), proprietária do jornal El Tiempo e eltiempo.com, o site com maior tráfego de audiência na Colômbia. De 2000 a 2008, Franco trabalhou como gerente de conteúdo de novas mídias no CEET e como chefe de redação do eltiempo.com. Ele foi responsável pela estratégia de conteúdo de todos os sites que pertencem à organização.
O Centro Knight para o Jornalismo nas Américas foi criado pelo professor Rosental Calmon Alves na Escola de Jornalismo da Universidade do Texas em Austin em agosto de 2002, graças a uma generosa doação da Fundação John S. e James L. Knight.
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