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segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Bicho Homem...

“O homem é um animal que indaga obsessivamente sua origem”
(Beija-Flor, sinopse, 1996)

por Augusto Carazza

No afã de responder as perguntas “De onde vim? Para onde vou?”, que o inquietam desde sempre, o homem deu início a mais ambiciosa experiência científica da história. No último dia 10/09 entrou em funcionamento, na Suíça, a máquina de colisão de partículas (Grande Colisor de Hádrons) do Cern (Organização européia de pesquisa nuclear), que pretende reproduzir, em escala menor, as mesmas condições do Big Bang, que, supõe os cientistas, seja o estopim da criação do universo. Iniciativa fantástica que só corrobora o aspecto ‘revirante’, curioso deste animal. Salve a curiosidade! Ou como diz Max Lopes: “Não me proíbam criar, pois preciso curiar!”.

Tal curiosidade (o que somos?) também atiçou a mente de nossos carnavalescos que, invariavelmente, trouxeram-nos enredos instigantes, visando “dar conta” deste mundo, deste Haver. Começamos, por exemplo, pelo Aurora do Povo Brasileiro, de 1996, idealizado pela “vovozinha” Milton Cunha (divertido, como sempre, foi assim que ele se identificou para uma repórter da TV Globo ao explicar o enredo). O ponto de partida foi o fóssil feminino de mais de 10 mil anos, descoberto pela equipe da arqueóloga Niéde Guidon, na Serra da Capivara, Piauí, chamada de Aurora por Milton. O começo do Brasil, portanto, ocorreu a milhares de anos antes da chegada dos portugueses. Já havia algo por aqui... Apesar da exaltação à Aurora, não há como confirmar, de fato, um início do Brasil, do planeta ou do universo e o refrão do samba da Beija evidencia esta angústia: “Ô..Ô..Ô.. “Mãe Negra, África! Diga quem eu sou, de onde vim, para onde vou”.

Leia mais em Caleidoscópio da Folia

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