Do Clarin, em 14/08
Sergio Rubin
Ao contrário dos que prognosticavam que o progresso científico provocaria uma paulatina eliminação das religiões, o que se vê é coisa diferente, confirmada em cuidadoso estudo, do grupo La Vie e do jornal Le Monde. O Atlas das Religiões projeta o crescimento das principais religiões até 2050. O cristianismo passará dos 1,75 bilhões de pessoas em 1990, pra 3 bilhões, continuando como a primeira religião. Os muçulmanos, que eram 962 milhões e hoje são 1,2 bilhões, serão os que mais crescerão proporcionalmente e alcançarão 2,2 bilhões. Os hindus, 686 milhões em 1990, serão 1,2 bilhões e os budistas passarão de 325 milhões a 425. Os judeus de 13 a 17 milhões.
O cristianismo muda no mapa mundial, por seu deslocamento ao sul. Europa por séculos sua grande base, hoje representa 25% (com 280 milhões de católicos, 100 milhões de evangélicos e 150 milhões de ortodoxos). Em 2050 não serão mais que 16%. A grande maioria dos cristãos está no novo mundo. São 275 milhões no EUA/Canadá e 530 milhões na área latina. Os evangélicos crescem espetacularmente e já são 65 milhões.
O Islã é a comunidade religiosa que mais se expande. Oliver Roy diz que o mundo muçulmano já não é percebido como um território com fronteiras a serem defendidas, mas como uma comunidade mundial. A maioria dos muçulmanos não vive no Oriente Médio, mas na Ásia (dois terços). Quatro países têm metade dos islâmicos: Indonésia (o maior país muçulmano), Paquistão, Índia e Bangladesh. Na África, 1/3 dos habitantes são muçulmanos (46% na África Ocidental, 30% na Oriental e uns 2% na Central e Austral). Na Europa vivem 16 milhões de muçulmanos e no EUA, 4 milhões.
Na Índia 83% da população professa o hinduísmo. O judaísmo com 14 milhões de pessoas enfrenta problemas por sua lei dizer que é judeu o filho de mãe judia. Os casamentos mistos explicam isso. Rússia e Vietnam (vive uma explosão de religiosidade) são outros exemplos de crescimento da religião.
Publicado por Thyago Mathias
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