terça-feira, 31 de março de 2009
A esquerda festiva ataca novamente
Segue a postagem:
Da janela do hotel, a multidão que se dirigia ao Hyde Park certamente parecia muito maior que os 35 mil calculados pela Scotland Yard, mas nem por isso parecia mais sensata. Pois horas depois, quando tentava chegar à estação do metrô de Marble Arch, já havia vários ocupando as mãos com cartazes e sacolas de compra, aproveitando as liqüidações em Oxford Street.
Não há simbolismo maior para mim nessa questão dos protestos que afloram em Londres às vésperas da cúpula do G20: centenas de pessoas com fantasias, e dando tchau para as câmeras ou conversando amigos em seus telefones celulares de marca finlandesa e exibindo os tênis fabricados no Sudeste Asiático enquanto gritam ''Abaixo a globalização!''.
Bastante parecido com o que testemunhei há mais de 15 anos durante as passeatas nas ruas do Rio pedindo a cabeça do líder do bando que saqueava os cofres públicos. Melhor point para azaração, impossível.
Ainda que meu cinismo não invalide manifestações populares de insatisfação, muito menos o direito de pôr o bloco para pisar o asfalto - eu mesmo já tive vontade de esbofetear um banqueiro ou mesmo a turma do Centro Financeiro de Londres que adora andar feito mestre do universo, como Tom Wolfe tão bem escreveu em ''A Fogueira das Vaidades'', a cabeça coça quando me pergunto se metade da turma gritando palavras de ordem tem noção do que está pedindo.
Publicado por Thyago Mathias
segunda-feira, 30 de março de 2009
TV em crise: é preciso saber se reinventar
Pesquisa da consultoria Deloitte e levantamento do New York Times apontam o desgaste do modelo de transmissão televisiva que se observa, tanto aqui quanto nos EUA:
NYT, matéria de Tim Arango publicada na Folha de S. Paulo de sábado:
Os índices de audiências das redes de TV aberta continuam a cair. Para as redes, a crise é dupla: cultural e financeira. O que isso representa para os telespectadores é um número maior de reality shows, programas de entrevista, esportes e telejornais de baixo custo. No quarto trimestre de 2008, a receita operacional de seu segmento TV da CBS caiu 40%, ainda que ela fosse de longe a rede mais assistida. A News Corp., que controla a Fox, reportou receita operacional de US$ 18 milhões em sua divisão de TV aberta, ante US$ 245 milhões em 2007.
E as operações de TV aberta da Disney registraram queda de 60% em sua receita operacional. No quarto trimestre, o custo médio de um comercial de 30 segundos no horário nobre caiu 15%, para US$ 122 mil. Jeff Zucker, que comanda a NBC Universal, vem sendo um dos mais pessimistas e afirma que "a TV aberta está em um momento de séria transição e, se não tentarmos mudar o modelo agora, estaremos em perigo de nos transformarmos na indústria automobilística". Nos três meses finais de 2008, as redes de TV aberta perderam 3 milhões de telespectadores, ou 7% de sua audiência total.
No Brasil:
Segundo pesquisa recente da empresa de consultoria Deloitte, 63% dos brasileiros costumam desenvolver outras atividades enquanto estão em frente da TV. Desses 44% navegam em sites, 38% leem e 33% falam ao celular\telefone, em frente da programação televisiva. Apenas 37% dos entrevistados falaram que não fazem mais nada enquanto assistem a TV. Batizado O Futuro da Mídia, o estudo ouviu 1.002 pessoas com idade entre 14 e 75 anos.
Publicado por Thyago Mathias
domingo, 29 de março de 2009
Entretenimento e Relações Sociais no Brasil Contemporâneo
Clip de domingo: cancelando a conta da AOL
Vale conferir:
Publicado por Thyago Mathias
sexta-feira, 27 de março de 2009
Privatização da cultura: agora, na cidade do Rio
Em sua edição de 27 de março, o Ex-Blog do Cesar Maia explica de maneira clara como funcionam as Organizações Sociais (OS) que podem substituir as fundações públicas na gestão da cultura. Acompanhe:
1. Discute-se na Câmara Municipal um projeto de lei, importado de ONGs de SP, que efetiva a pior das privatizações: aquela que o setor privado entra com a vontade e o setor público entra com o patrimônio, os servidores e os recursos. O projeto de lei número 02 de 2009 autoriza o poder executivo a transferir às organizações sociais (OSs), ou seja, ONGs com outro nome, equipamentos municipais, servidores nestes equipamentos e recursos para funcionamento.
2. Por exemplo: uma escola. Escolhe-se uma ONG/OS e entrega-se uma ou várias escolas a ela. A OS/ONG recebe os professores, o prédio e os recursos que a prefeitura aplica na escola. Assume a direção e o controle da escola em nome de compromissos difusos, só comprováveis a longo prazo. Com uma ou várias escolas privatizadas, a ONG/OS pode pedir ao setor privado algum recurso a mais para colocar a cereja no bolo.
3. A lei autoriza que este mecanismo seja aplicado em escolas, creches, postos de saúde, hospitais, centros sociais, vilas olímpicas, equipamentos culturais, empresa de limpeza urbana e de iluminação pública, etc. Esse processo vai além da privatização clássica, onde o setor público licita uma empresa sua e o setor privado a assume pagando, e depois aplicando seus recursos. Vai além da terceirização, onde o setor público através de uma licitação define um serviço a ser prestado como limpeza, vigilância, etc.
4. Não há exemplo no Brasil de uma lei como esta, em que se criam segmentos privados dentro do setor público com patrimônio, pessoal e dinheiro, públicos. Cabe aos vereadores, aos partidos políticos, aos servidores municipais diretamente ou através de suas associações, interromperem a tramitação deste projeto de lei, arquivá-lo liminarmente, de forma a impedir a maior sangria que se possa ter feito no Brasil contra o setor público. Seria um escândalo de enormes proporções e inacreditavelmente autorizado por lei. Um escândalo "argh" legal.
Publicado por Thyago Mathias
quinta-feira, 26 de março de 2009
25 de março: 185 anos da primeira Constituição do Brasil
Do Instituto Dona Isabel I
Em geral, os livros didáticos de História descrevem a Carta de 1824 como “autoritária” e alguns não hesitam em tachá-la de “absolutista” — sem atentar no paradoxo. Com efeito, a Constituição Política do Império do Brazil não era nem tirânica, nem ditatorial. Híbrida de elementos liberais e conservadores, ela trazia a marca de seu século; foi aprovada por quase todas as Câmaras Municipais do Brasil de então, após discussões acuradas.
No capítulo XIV do volume V de sua História do Brasil (1939-1955), Pedro Calmon (*1902 †1985), um dos maiores historiadores brasileiros de todos os tempos, descreve os detalhes de nossa primeira Assembleia Nacional Constituinte (1823) e sua destituição pelo Imperador. Com grande satisfação, partilhamos as páginas deste pequeno, mas fundamental capítulo, com os Amigos do IDII através do arquivo PDF disponível neste link.
A Constituição do Império do Brasil, cuja íntegra pode ser acessada no Portal da Presidência da República, governou o Brasil por 65 anos, até 1889, quando foi suspensa, promulgando-se a nova Constituição Republicana em 1891.
A Carta de 1824, que tem sido revisitada pela historiografia recente e decerto não mais será chamada de “despótica”, pela incoerência de atribuir-se a um texto de matizes ultra-liberais — para seu tempo —, alguns dos aspectos da personalidade de D. Pedro I , foi descrita por grandes nomes do pensamento brasileiro, de Joaquim Nabuco e Oliveira Lima a Affonso Arinos e João Camillo como um “arranjo”: aquilo que o Brasil deu de si às instâncias monárquicas e aristodemocráticas.
Publicado por Thyago Mathias
Bento XVI na Terra Santa
Sobre a viagem de S. S. o Papa Bento XVI à Palestina, em maio. Vale conferir as repercussões que pode ter a visita à Mesquita da Rocha. Polêmicas virão...
CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 26 de março de 2009 (ZENIT.org).- O Papa Bento XVI visitará no próximo mês de maio, durante sua estadia na Terra Santa, o Muro das Lamentações, a Esplanada das Mesquitas de Jerusalém, a gruta da Natividade e Nazaré, segundo o programa oficial publicado nesta quinta-feira pela Santa Sé.
O programa basicamente repete, em seus momentos chave, a histórica visita de João Paulo II à Terra Santa, em março de 2000, ainda que com um dia a mais e com um maior espaço para os encontros de tipo ecumênico e inter-religioso.
Da mesma forma que fez João Paulo II, o Papa Bento XVI fará a primeira etapa da viagem na Jordânia, com uma visita ao monte Nebo, o lugar desde onde a tradição afirma que Moisés avistou de longe a Terra Prometida.
Também está prevista uma Missa multitudinária em Amã (nesta ocasião, no International Stadium), assim como uma visita de cortesia aos reis da Jordânia.
Como novidade desta viagem, Bento XVI visitará o museu Hachemita e a Mesquita Al-Hussein, e terá um encontro com os líderes religiosos muçulmanos e com os reitores das universidades do país. Também porá a primeira pedra da Universidade católica de Madaba.
Da mesma forma João Paulo II, o Papa realizará uma visita ao Jordão, ainda que desta vez Bento XVI se dirigirá ao mesmo lugar onde a tradição afirma que Jesus recebeu o batismo de João, e onde abençoará as primeiras pedras de uma igreja latina e de outra greco-melquita.
Em sua chegada ao território israelense, o Papa visitará em primeiro lugar Jerusalém, ao contrário de João Paulo II, que se dirigiu em primeiro lugar aos territórios da Autoridade Palestina.
Em Jerusalém, o Papa visitará, como fez anteriormente seu predecessor, o Muro Ocidental e o Memorial do Yad Vashem, e saudará os Grãos-Rabinos na sede do Grão-Rabinato.
Também visitará o Grão-Mufti e a Esplanada das Mesquitas, como João Paulo II, masBento XVI visitará a Cúpula da Rocha, a mesquita na qual se venera a Rocha sobre a qual Abraão teria tentado sacrificar seu filho, e desde a qual o Profeta Maomé teria sido arrebatado ao céu.
Trata-se, segundo a tradição, do terceiro lugar mais santo do Islã, depois da Meca e de Medina, e também de um lugar sagrado para os judeus, pois lá se situa o coração do antigo Templo de Jerusalém.
Em Jerusalém está também previsto, como com João Paulo II, um encontro com organizações dedicadas ao diálogo inter-religioso, assim como com as comunidades cristãs, e uma visita ao Santo Sepulcro. Como novidade, está prevista uma Eucaristia no Vale de Josafat.
Posteriormente, o Papa se dirigirá a Belém, onde celebrará uma Eucaristia na Praça do Presépio, e onde visitará um campo de refugiados, o Aida Refugee Camp (João Paulo II visitou o de Deheisha). Também tem prevista uma visita ao Caritas Baby Hospital e ao presidente da Autoridade Palestina.
Para terminar a viagem, Bento XVI se dirigirá à Galiléia, concretamente a Nazaré, onde visitará a Gruta da Anunciação e se encontrará com o primeiro-ministro de Israel. Também celebrará uma Eucaristia, nesta ocasião no Monte do Precipício (desde onde a tradição afirma que seus concidadãos tentaram jogar Jesus, após sua pregação na Sinagoga).
Diferente de João Paulo II, a visita a esta região será mais breve, e o Papa não visitará nem o monte das Bem-Aventuranças, nem Cafarnaum, nem Tabga, onde a tradição recorda a Multiplicação dos Pães.
Antes de voltar a Roma, Bento XVI tem previsto encontrar-se também com o patriarca greco-ortodoxo de Jerusalém, assim como com o patriarca da Igreja Armênia.
Publicado por Thyago Mathias
quarta-feira, 25 de março de 2009
terça-feira, 24 de março de 2009
domingo, 22 de março de 2009
Clip de domingo: Sheila Mello - Água
Publicado por Thyago Mathias
sábado, 21 de março de 2009
MC Boquinha: hit do youtube
Confira os vídeos:
Publicado por Thyago Mathias
Circulação de jornais: as mudanças na mídia
Um estudo amplo sobre os dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC) – que audita a tiragem de jornais e revistas – e do IBOPE – para TV e rádio – comprova que a última década foi de mudanças estruturais.
Essas modificações reduziram sensivelmente o papel e a influência da chamada grande mídia – categoria onde entram a Rede Globo, os jornais Folha de S.Paulo, Estado de S.Paulo, O Globo, Jornal do Brasil e Correio Braziliense. E um sensível aumento de competidores, da imprensa do interior e dos jornais populares.
Entre as TVs abertas, a Globo tinha um share de audiência de 50,7% em 2001. Chegou a bater em 56,7% em 2004 – coincidindo com a queda de audiência do SBT. Hoje está em 40,6% – coincidindo com a subida da TV Record – que saiu de 9,2% em 2001 para 16,2%.
Nas três últimas semanas, o Jornal Nacional deu 26% de audiência em São Paulo. Seis anos atrás, era de 42%. Nessa época, quando o JN caiu para 35% houve um reboliço na Globo. A ponto de edições do JN terem blocos de 22 minutos com várias matérias de apelo.
Aparentemente, perdeu esse pique.
O que interessa
Com os jornais da chamada grande mídia, repete-se o mesmo fenômeno. O estudo dividiu os jornais entre tradicionais (Folha, Estado, Globo, JB e Correio Braziliense), jornais das capitais, jornais do interior e jornais populares.
De 2001 a 2009, os tradicionais perderam 300 mil exemplares diários – de 1,2 milhão para 942 mil, queda de 25%. Os jornais de capitais (excetuando os do primeiro grupo) cresceram de 1,2 milhão para 1, 37 milhão – crescimento de 10,5%. Os jornais populares passaram de 663 mil para 1,2 milhão – alta de 85%. E os jornais do interior saltaram de 300 mil para 552 mil – alta de 83,5%.
Não apenas isso. Nos últimos anos, gradativamente os jornais estão se desvencilhando da pauta da chamada grande mídia. Antes, havia um processo de criação de ondas concêntricas em torno dos temas levantados pelo núcleo central, com os demais jornais acompanhando as manchetes e as análises.
De alguns anos para cá, essa dependência cessou. Um estudo de caso analisou bem essa diferença de enfoque. Lula esteve em São Paulo. Anunciou que as informações do INSS seriam fornecidas em três horas. Os grandes jornais e o JN deram destaque para a visita a uma sinagoga (para repercutir a questão do Holocausto) e para intrigas políticas. Todos os jornais populares, do interior e das capitais, deram destaque àquilo que interessava diretamente ao seu leitor: a diminuição dos prazos de informações do INSS.
Caminho longo
Esse exemplo sintetiza a armadilha na qual se meteu nos últimos anos a chamada grande mídia. Perdeu-se a noção dos temas relevantes ao leitor. Em vez de buscar a informação útil, enrolaram-se no chamado jornalismo de intriga – sempre procurando frases ou enfoques que privilegiassem conflitos.
Enquanto isto, os jornais populares – com exceção dos paulistanos (Agora, Diário de S.Paulo e Jornal da Tarde), que não decolaram – passaram a tratar dos temas de interesse de seu público, assim com os jornais de interior e da capital.
Vai ser um longo trajeto para recuperar os princípios do jornalismo.
Embora as estatísticas estejam frescas, este quadro não é novo. Em breve, o Minuto de Barulho vai divulgar um trabalho produzido para a PUC-Rio em 2005, no qual já se aponta sobre a oportunidade de crescimento da mídia do interior para as capitais.
Publicado por Thyago Mathias
"Como escrever para a web", edição em português
quinta-feira, 19 de março de 2009
"Aeropostale": exposição que abre o Ano da França no Brasil
A visitação, sempre de terça a domingo, das 12 às 19 horas, é gratuita e o Centro Cultural dos Correios fica na Rua Visconde de Itaboraí, no. 20, próximo à Praça XV, no centro do Rio de Janeiro.
Clique aqui para conhecer o site dessa instituição cultural.
Publicado por Thyago Mathias
MC Boquinha, amiga dos hôme
quarta-feira, 18 de março de 2009
MC Boquinha e Claudinho da Academia: uma dupla quase perfeita
No episódio da "demolição do minhocão", surge, para piorar a história, um personagem chamado MC Boquinha, que ninguém sabe ao certo se é apenas uma exploradora da ilegalidade instaladas nos morros cariocas ou se é uma pobre laranja podre na lista de Claudinho e que ainda não caiu do pé.
Vale, aqui, reproduzir matéria do Globonline do dia 17 de março, que mostra a ligação entre os advogados de Boquinha e os assessores de Claudinho. Como servidores comissionados, não poderiam exercer a advocacia, mas a OAB e o Judiciário ainda esperam "uma provocação" para puní-los e declarar nulo o pedido de liminar. O que não se sabe é se, como muitos comissionados municipais, eles de fato exerciam a advocacia ou de fato trabalhavam no gabinete de Claudinho na Câmara.
A matéria:
Os advogados que assinaram o pedido de liminar para que fosse impedida a demolição do prédio conhecido como Minhocão, na Rocinha, são servidores públicos comissionados, nomeados no gabinete do vereador Claudinho da Academia (PSDC). Dados da Câmara Municipal do Rio de Janeiro revelam que Márcia Valeria Carvalho Paiva e Marcelo Alessandro Clarindo dos Santos tem matrículas no gabinete de Claudinho.
Por isso, os dois são impedidos de exercer a advocacia de acordo com a vereadora Andrea Gouvêa Vieira (PSDB), que cita o artigo 30 da lei 8.906, de 4 de julho de 1984, que dispõe sobre o Estatuto da Advocacia da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ) informou que vai aguardar uma denúncia formal da vereadora para avaliar o caso de acordo com o código de Ética e disciplina do Estatuto da Advocacia da Ordem.
O site G1 informou que os dois advogados se afastaram do processo judicial, segundo informou o vereador Claudinho, que negou saber o envolvimento dos funcionários com a causa antes da liminar expedida na segunda-feira.
O secretário municipal de Urbanismo, Sérgio Dias, disse nesta terça-feira que a prefeitura recorrerá da decisão judicial que suspendeu a demolição do Minhocão da Rocinha . O secretário afirmou que a decisão é um estímulo às construções irregulares, mas "a prefeitura não recuará das operações de choque de ordem". A destruição da construção, que estava programada para esta terça, foi adiada. O prédio - longo e com dois andares de quitinetes - está sendo erguido sem licença da prefeitura.
Dias disse ter se surpreendido com a liminar concedida às 4h desta terça para a moradora Maria Clara dos Santos, proprietária do imóvel . O texto da liminar da juíza Regina Lúcia Passos diz que a demolição do prédio seria uma atuação midiática, que renderia a venda de alguns jornais, mas não resolveria o problema. A juíza determinou a aplicação de multa de um milhão de reais caso a prefeitura descumpra a ordem judicial.
Segundo o secretário, o "Minhocão" não é uma moradia familiar, mas sim uma construção com objetivo de gerar lucro. Segundo ele, o edifício de 600 metros quadrados necessitou de um investimento de, no mínimo, R$ 460 mil.
A proprietária do prédio, Maria Clara Santos, conhecida na Rocinha como MC Boquinha, de 44 anos, se defendeu na segunda-feira, dizendo que o edifício é destinado à sua família e não a aluguel. Segundo ela, o prédio tem 18 quitinetes - 15 delas na parte superior, e três no andar de baixo, junto com a futura casa de Maria Clara.
- Estou vivendo num quarto com meus cinco filhos, um neto e meu marido - alegou Maria Clara, acrescentando que quem a está ajudando financeiramente a construir o Minhocão é o sobrinho Frederico Salviano dos Santos, que ajudou a criar e estaria com leucemia morando na Alemanha.
Maria Clara não informou quanto está custando a obra. Ela garantiu que não teria sido notificada nem recebido multas da prefeitura. E negou que tivesse um emprego na sede da União Pró-Melhoramentos dos Moradores da Rocinha, dizendo que trabalha como faxineira.
Por sua vez, o vereador Claudinho da Academia (PSDC), presidente licenciado da principal associação de moradores da Rocinha, se disse contrário ao crescimento desordenado e à especulação imobiliária na favela. Mas declarou ser contrário à demolição do Minhocão.
- A Maria Clara começou a construir o prédio em 2005 e está tentando se regularizar. Ela contou que há um engenheiro responsável pelo projeto e que o prédio é para a sua família. Além disso, não existe uma política habitacional neste país.
The State of the News Media 2009: o fim dos jornais?
No seu relatório anual, "The State of the News Media 2009", que traz uma análise detalhada do mercado de mídia nos Estados Unidos, o Project for Excellence in Journalism (PEJ), do Pew Research Center, confirma resultados pessimistas sobretudo para os jornais impressos.
Mesmo antes da recessão, a indústria jornalística já buscava alternativas para garantir a sobrevivência. Com as receitas em queda, os meios de comunicação lutaram para encontrar novas formas de coleta de notícias online e de financiamento para a transição digital. Enquanto isso, a migração da audiência para a internet e o desmoronamento do sistema econômico davam novos sinais da gravidade da situação, destaca o relatório em sua introdução.
O relatório também identifica seis principais tendências para o mercado de mídia:
- O debate de como financiar a indústria de notícias pode estar concentrando-se em soluções erradas, enquanto ignora outras idéias.
- O poder está sendo transferido ao jornalista individual, afastando-se das organizações jornalísticas.
- Na web, as organizações de notícias estão concentrando-se menos em atrair o público e mais em desenvolver novas formas de distribuição de conteúdo.
- Os meios de comunicação estão formando parcerias com antigos rivais.
- Em 2008, os canais de TV por assinatura “estiveram perto de se converter na principal plataforma televisiva para o discurso político americano”.
- Na cobertura da campanha eleitoral, os meios de comunicação foram “mais reativos e passivos e menos investigadores dos candidatos” do que no passado.
Sobre a questão da campanha eleitoral norte-americana, o relatório confirma uma tendência pró-Obama entre os jornalistas.
Entre os jornais: Obama teve 50% de matérias positivas, 23% de matérias negativas e 27% de neutras, enquanto McCain teve 5% de positivas, 65% de negativas e 30% de neutras.
Em toda a mídia: foram 38% de positivas, 27% de negativas e 34% de neutras para Obama, contra 14% de positivas, 57% de negativas e 29% de neutras para McCain.
Deve-se ressaltar que, nos EUA, a grande imprensa tende a declarar abertamente apoio a um ou outro candidato, o que, em vez de ser temido e reprovado, deveria ser tomado como exemplo e desejado.
Clique aqui para baixar uma versão-síntese do relatório, em pdf.
Publicado por Thyago Silva Mathias
segunda-feira, 16 de março de 2009
Quem é Arthur da Facility? (1)
O deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) apresentou à presidência da Casa um pedido de informações (requerimento 3790), a ser encaminhado ao Ministério da Defesa para saber se o empresário Artur César Soares, detentor da maior parte dos contratos de terceirização com o Governo de Sérgio Cabral, é proprietário de algum avião. Em caso positivo, o deputado quer saber se tal aeronave fez vôos internacionais nos últimos dois anos, para quais destinos e se levou entre seus passageiros servidores do governo estadual do Rio de Janeiro.
A conferir: quem é esse Arthur da Facility? Quais as ligações pessoais dele com políticos do PMDB carioca?
Publicado por Thyago Mathias
domingo, 15 de março de 2009
A crise chega ao Brasil e ao Rio
"O Brasil é muito mais sensível do que as pessoas acreditam", diz Marcelo Carvalho, economista-chefe do Morgan Stanley em São Paulo, que prevê crescimento zero este ano. "O quadro global é desesperançoso e a queda aqui será pior do que as pessoas estão esperando". Ele disse que a recente aceleração na queda das exportações brasileiras é mais significativa do que seu montante em relação ao PIB, que a saída de capital é extremamente negativa, que o fechamento dos mercados de crédito do exterior causou expansão dos empréstimos no mercado brasileiro e, talvez mais significativamente, que uma queda nos negócios e na confiança dos consumidores provocou uma repentina paralisação da atividade econômica.
Enquanto isso, no estado do Rio de Janeiro, a Federação das Indústrias divulgou os dados de janeiro. 4.900 postos de trabalho foram fechados. As vendas da indústria despencaram 19,7%, seis pontos acima da média nacional. Em S. Paulo e Minas, os governos adotaram medidas compensatórias e de apoio. No Estado do Rio, o Governo está omisso e não diz nada desde outubro de 2008 e a crise vai chegando com uma intensidade diferenciada.
Publicado por Thyago Silva Mathias
Papa poderia trocar tesouros do Vaticano por comida para África?
O presidente do organismo da Santa Sé responsável pela orientação e coordenação entre as organizações e as atividades caritativas promovidas pela Igreja Católica explicou a situação à Zenit em um encontro com jornalistas.
A iniciativa do Facebook foi lançada por um jovem espanhol, Alberto Juesas Escudero, que explica a proposta com alguns argumentos. Alguns deles são: "Porque é uma vergonha ver as riquezas do Vaticano e depois o noticiário".
Outros dos argumentos são: «Porque não admitem seus erros jamais. Porque não pregam com o exemplo. Porque Jesus nasceu em uma manjedoura e vivia em pobreza».
A motivação conclui com expressões ofensivas: "Que vergonha o Vaticano! Que vergonha a religião católica!".
Em sua resposta à pergunta da Zenit, o cardeal Cordes explica que ele escuta este tipo de propostas há 40 anos, e que antes elas se repetiam até mais.
Explica que quando João Paulo II o chamou a Roma para colaborar com ele na Cúria Romana, "o clima era muito forte contra o Vaticano. Então, naquela época, eu me informei e descobri que a Igreja não pode fazer o que quer com as obras de arte que estão no Vaticano".
Na realidade, esclarece, a Igreja "tem a tarefa de conservar as obras de arte em nome do Estado Italiano. Não pode vendê-las".
O purpurado não só cita a teoria, mas sobretudo se refere à realidade. Explica que, quando nos anos 60 um benfeitor alemão fez uma doação para restaurar o Colégio Teutônico, que se encontra dentro do Vaticano, a direção dessa residência, como gesto de agradecimento, deu-lhe uma estátua simples, que não tinha um valor comparável a outras que se encontram nos Museus Vaticanos, que se encontrava dentro do colégio.
Essa pessoa teve muitíssimos problemas com o Estado italiano, pois foi acusado de subtrair bens que a Itália deve custodiar, explicou o cardeal.
«Em todas as nações há medidas para a defesa das obras de arte, porque o Estado deve mantê-las», declara, recordando que os bens da Santa Sé também fazem parte da história cultural da Itália.
O cardeal recorda, por outro lado, que sem a obra da Igreja Católica, o sistema de saúde e educativo de algumas regiões da África não existiria.
"Presidentes africanos reconhecem quando vêm encontrar com o Papa", explica o cardeal Cordes.
Sem a Igreja na África, uma parte dos portadores do HIV ficaria abandonada, pois a Igreja, com sua rede de hospitais, é a instituição que acolhe o maior número de pessoas com este vírus.
sábado, 14 de março de 2009
Tipos de voto
Tipos de voto:
- Voto Duro ou Fiel, dos candidatos, dirigentes, militantes e simpatizantes.
- Voto Interessado, que tem expectativa de ganhar ou não perder algo.
- Voto Calculado: que não olha partidos, mas propostas, em função das consequências em curto prazo.
- Voto Enamorado, quando o eleitor se emociona com rostos e imagens sem analisar o candidato.
- Voto Secreto, dos que não abrem o voto e decidem no final.
- Voto Ressentido, que opta por um como reação a outro.
- Voto Indeciso, que confundido com tanta propaganda não sabe em quem votar até o dia da eleição.
- Voto Inteligente, dos que valorizam muito o seu voto e querem confiá-lo às propostas mais convenientes para o país, pensando no futuro, independente de propaganda e partido
Publicado por Thyago Mathias
quinta-feira, 12 de março de 2009
Sir Winston
Algumas delas:
Telegramas trocados entre o dramaturgo Bernard Shaw e Churchill.
De Shaw para Churchill: "Tenho o prazer de convidar digno primeiro-ministro para primeira apresentação minha peça Pigmaleão. Venha e traga um amigo, se tiver."
Resposta de Churchill: "Agradeço ilustre escritor honroso convite. Infelizmente não poderei comparecer primeira apresentação. Irei à segunda, se houver."
O General Montgomery estava sendo homenageado, por ter vencido Rommel na batalha da África, na IIª Guerra Mundial, e disse, em seu discurso: "Não fumo, não bebo, não prevarico e sou herói." Churchill ouviu o discurso e retrucou: "Eu fumo, bebo, prevarico e sou chefe dele."
Aconteceu num dos discursos de Churchill, quando uma deputada oposicionista pediu um aparte. Todos sabiam que Churchill não gostava que interrompessem os seus discursos, mas este deu a palavra à deputada e ela disse em alto e bom tom: "Senhor Ministro, se VossaExcelência fosse o meu marido, eu colocava veneno em seu café!"
Churchill, com muita calma, tirou os óculos e, naquele silêncio em que todos estavam aguardando a resposta, exclamou: "Se eu fosse o seu marido, tomava esse café!"
Publicado por Thyago Mathias
quarta-feira, 11 de março de 2009
Cine-Debate “Palestina, um drama contemporâneo”
O Ciclo conta, ainda, com a exposição fotográfica “Palestina, um drama contemporâneo”, da jornalista Beatriz Bíssio.
As sessões, com entrada gratuita, acontecem no Centro Cultural FASE - Casa Hercílio Esteves. Av. Barão do Rio Branco, 1003 - Petrópolis, RJ.
Confira a programação:
17 de março (terça-feira) - 18 horas
Fronteiras do medo e de sonhos
Debatedora: Houda Bakour, doutoranda em antropologia do PPGA/UFF e pesquisadora do Centro de Estudos Árabes.
23 de março (segunda-feira) - 19 horas
Nós e os outros
Debatedor: Hani Hazime, professor do curso de Literatura Árabe da UFRJ.
30 de março (segunda-feira) - 19 horas
A noiva síria
Debatedora: Houda Bakour
Publicado por Thyago Mathias
terça-feira, 10 de março de 2009
A crise ainda nem começou...
Do ex-Blog do Cesar Maia, no dia 09 de março:
O Globo destaca que "o aumento do desemprego e o orçamento mais apertado estão levando os americanos a atrasarem as faturas do cartão de crédito, o que, para analistas, pode ser a próxima bolha a estourar nos EUA. A taxa de inadimplência, de 7,5% em dezembro, deve chegar a 10% até o fim do ano, provocando rombo de US$ 100 bilhões". Aqui será diferente? As taxas de juros dos cartões no Brasil são extravagantes. O desemprego cresce. Os efeitos sobre a inadimplência não são diferentes dos EUA. A diferença é que o volume aqui é menor. Mas proporcionalmente à economia, nem tão menor. No Brasil o volume de cartões movimentados alcançava em 2008, mais que 20 bilhões de reais.
Não bastasse isso, para quem trabalha com mídias, sobretudo com a impressa, as tendências são ainda piores, segundo a Pew Reserch Center's 2008 news media consumption survey:
a) 43% [dos americanos] leram, no dia anterior, jornal impresso ou na web ou ambos em 2006. Em 2008 eram 39%. 34% liam só jornal impresso e agora são 25%. 5% liam só na web e agora são 9%. 4% liam em ambos e agora são 5%. Desta forma a leitura na web passou de 9% para 14% em dois anos.
b) Sites de notícias usados frequentemente: Yahoo 28%, MSN\Microsoft 19%, CNN 17%, Sites dos Jornais 13% sendo que os jornais locais 7%, New York Times 4%, Wall Street Journal, USA Today e Washington Post 2%. Google 11%, MSNBC\NBC 10%, AOL 8%, Fox 7%, TV local 4%, BBC, ESPN e outros de esportes, ABC, Drudge Report, CNBC, 2%, CBS 1%.
c) Da média de 13% que leem os jornais em sites, aqueles com pós-graduação são 28%, com nível superior 16%, nível secundário 10%, e abaixo disso 7%.
O jornalista que estiver empregado, que cuide de seu emprego e abra o olho para a empresa em que trabalha não fechar!
Publicado por Thyago Mathias
segunda-feira, 9 de março de 2009
Torcedores da Mocidade não querem Paulo Viana
Projeto de Lei 1975 / 2009
Clique aqui para ler a íntegra do Projeto de Lei nº 1975/2009.
Interessante notar o inciso III do art. 5º, que exclui do Conselho de Administração das futuras "Organizações Sociais" de direito privado os "parentes consanguíneos ou afins até o 3º grau do Governador, Vice-Governador e Secretários de Estado". Isto importante, dado a habilidade de familiares de Sérgio Cabral para garimpar cargos de chefia em entidades culturais, mesmo sem apresentar formação acadêmica excepcional ou experiência comprovada para ocuparem tais posições. Vale lembrar que Magaly Cabral assumiu a direção do Museu da República, vinculado ao Governo Federal, desde que o filho elegeu-se governador.
Publicado por Thyago Mathias
domingo, 8 de março de 2009
Lula e a Igreja
No passado, S. Ema. Ex. e Rev. o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Scheid, já havia dito que Lula não era católico, mas "caótico" (sic).
Sem querer entrar na discussão sobre o caso do estupro seguido de aborto em Recife, até por achar que seria uma maldade ainda maior submeter a pobre menina de 9 anos a uma gravidez e parto, não se pode deixar de achar engraçado como pessoas que, muitas vezes, nada têm a ver com a Igreja Católica se acha com o direito de emitir opiniões, criticar e se meter em assunto que só dizem respeito à Igreja e seus fiéis. É a velha história de que "roupa suja se lava em casa" ou de que "em briga de marido e mulher não se mete a colher".
A seguir, a nota que saiu em O Globo, sobre a resposta do arcebispo a Lula:
O arcebispo de Olinda e Recife, José Cardoso Sobrinho, rebateu neste sábado, durante uma missa da Campanha da Fraternidade na Basílica do Carmo, na capital pernambucana, as críticas do presidente Lula e diz que todos os envolvidos no aborto da garota de nove anos grávida de gêmeos do padrasto, mesmo excomungados, têm direito ao perdão caso se mostrem arrependidos. Lula havia criticado nesta sexta-feira, em Vitória (ES), o posicionamento da Igreja em, relação ao caso, dizendo que 'a medicina estava mais correta que o bispo'.
Hoje (07/03) o religioso lamentou o posicionamento do presidente e diz que Lula deve buscar a assessoria de algum teólogo para falar com mais propriedade sobre o tema.
- Se o presidente da República deseja fazer um pronunciamento sobre um tema teológico, eu sugeriria que ele pedisse a ajuda do seus assessores que conheçam a teologoia, que conheçam a doutrina da Igreja Católica - diz o arcebispo.
No Paraná, Dom Geraldo Majella Agnello, bispo primaz da Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), também criticou a declaração do presidente.
- Se o governo não defende a vida humana desde a sua concepção, quem que vai defender? Somente que tem fé.
Publicado por Thyago Mathias
Crise gera onda de emprego terceirizado em todo o mundo
RIO - No rastro do corte de até 51 milhões de vagas no mundo, que, pelas previsões da Organização Internacional do Trabalho (OIT), poderá ser causado pela crise global, o mercado de trabalho ganhará um novo perfil, com mais terceirizados e prestadores de serviços, e menos empregados na indústria e na agricultura, alertam especialistas. De acordo com reportagem de Gustavo Paul, publicada na edição deste domingo do jornal O GLOBO, a reposição dos postos formais será mais lenta que o reaquecimento da economia. (Confira aqui o mapa de demissões pelo mundo)
- Quando a economia for retomada, não serão repostas todas as vagas cortadas. Os quadros fixos das corporações devem diminuir, para conter custos - explica o professor José Pastore, especialista em relações de trabalho.
]Entre os setores que mais sofrem estão o financeiro, que, de acordo com a OIT, em um ano e meio cortou 325 mil funcionários, e o industrial. Na próxima década, terão vantagem profissionais que lidam com sistemas de comunicação, engenheiros ligados à informática, assistentes sociais e profissionais ambientais.
- Mudou o tipo de emprego, o futuro do mundo são os serviços, e o que aumentará a qualidade do emprego é a educação - diz o professor da PUC José Marcio Camargo.
Publicado por Thygao Mathias
sábado, 7 de março de 2009
Imperianos querem Justiça e 14 escolas no Grupo Especial
sexta-feira, 6 de março de 2009
Privatização da cultura do Rio de Janeiro
O projeto deles é transformar fundações de direito público estaduais, como o Theatro Municipal e a Funarte, em organizações de direito privado, o que livraria suas operações de uma série de exigências e fiscalizações legais a que estão obrigados os órgãos da administração pública. Isso também poderia levar à transformação dos servidores desses órgãos, de estatutários em celetistas.
Um passo a mais nesta direção foi dado esta semana, com o afastamento da diretora do Museu do Primeiro Reinado (MIR), Angela Maria Chiesi Moliterno de Oliveira, funcionária concursada da Funarj há mais de 35 anos. Angela se opunha ao processo de privatização da cultura. Em seu lugar, a secretária Adriana Rattes colocou o professor Marcos Guimaraes Sanches, que tomou posse como novo diretor do MIR no dia 03 de março, com a missão de abrir caminho para a provatização.
No dia 10 de março, terça-feira, às 10 horas, o deputado Alessandro Molón promove uma audiência pública no plenário da Alerj para discutir "os Projetos de Lei encaminhados pelo Executivo visando à terceirização da área cultural". É um evento para ser acompanhado de perto, com um desenrolar a ser acompanhado por quem preza pela arte e cultura, no Rio.
Vale lembrar, a esse respeito, nota publicada no UOL, durante as últimas eleições:
Na terça-feira (12/08/2008), uma proposta de extinção da Fundação Theatro Municipal e da Funarte, e de criação de uma fundação de direito privado, causou polêmica entre os servidores da cultura.
Planejada pela secretária estadual de Cultura, Adriana Rattes, e pela presidente do Theatro, a cineasta Carla Camurati, a medida foi duramente criticada pelo Sintac-RJ (Sindicato dos Trabalhadores em Entidades Públicas da Ação Cultural).
Em assembléia-geral que contou com a presença da primeira-bailarina do Theatro, Ana Botafogo, o sindicato aprovou por unanimidade um manifesto contra a reforma proposta e exigiu a saída do maestro Roberto Minczuk. O único candidato a sair explicitamente em defesa da ação do governo foi Eduardo Paes, do PMDB, partido do governador.
"Eu acho que a reforma que a secretária Adriana Rattes quer fazer no Theatro Municipal é uma reforma para que no ano que vem ele possa comemorar 100 anos recuperado. Sei que tenho o voto e o apoio de ambas (Rattes e Camurati)", declarou.
Publicado por Thyago Silva Mathias
quinta-feira, 5 de março de 2009
Ópera no cinema
Nos dias 08 e 10 de março, o público pode conferir Lucia di Lammermoor, composição do italiano Donizetti, no cinema Estação Botafogo.
Nela, Anna Netrebko e Piotr Beczala encarnam os papéis da delicada heroína de Donizetti e de seu amante, Edgardo. Mariusz Kwiecien interpreta o irmão tirano de Lucia, em uma encenação que lembra uma história de fantasma vitoriana.
- Madame Butterfly, de Giacomo Puccini - 22 de março
- La Sonnambula, de Vicenzo Bellini - 05 de abril
- La Rondine, de Giacomo Puccini - 26 de abril
- La Cenerentola, de Gioachino Rossini - 24 de maio
Veja aqui os horários e detalhes da exibição
quarta-feira, 4 de março de 2009
As promessas e as mentiras 1: a Rocinha
O primeiro capítulo trata das obras do PAC na favela da Rocinha:
1. Esta seção estreia hoje. Nela, este Ex-Blog será o Cobrador de Promessas, sempre dando prazo suficiente para que o prometido seja executado. Logo após as eleições de 2006, Sérgio Cabral reuniu a imprensa com pompas e circunstâncias e apresentou o projeto de intervenção urbanística na Rocinha que mudaria tudo e ainda criaria um anel viário para impedir seu crescimento. Lula assinou MP de 60 milhões de reais e em 2007 assinou carta compromisso para colocar mais 600 milhões. Hoje o que se vê é uma obra em passarela e um espaço esportivo ao lado da escola de samba, fora da favela, ambos ainda em construção. Isso mais de dois anos depois.
2. O Globo, em 30\10\2006, destacou na matéria "Urbanização da Rocinha é prioridade". E informou: “Um grande projeto de urbanização da Rocinha estará entre as primeiras ações da nova gestão, reafirmou ontem o governador eleito Sérgio Cabral. Entre as idéias apresentadas, destaca-se a construção de um anel viário em torno da comunidade, que serviria como limitador da expansão horizontal da favela. Entre as outras idéias, há obras de infraestrutura de saneamento (água, esgoto e águas pluviais) e de coleta e remoção de lixo, criação de áreas de estacionamento e implantação de uma fábrica de elementos pré-fabricados de concreto. Um novo batalhão da PM, uma unidade pré-hospitalar, cinema, teatro e centros culturais também foram propostos pelos arquitetos."
3. Clique abaixo e conheça o projeto publicado a cores pela imprensa, convencida de que era verdade. Hoje se sabe: Era tudo mentira!
http://www.4shared.com/file/90665918/3863fd2d/08_NOZ_01_rocinha.html
Centro de Inovação de Revistas: solução para o jornalismo impresso?
terça-feira, 3 de março de 2009
Pirataria traz rica pilhagem para as costas somalis
Tradução de George El Khouri Andolfato para o UOL
Após o pagamento do resgate pelo Sirius Star, a vítima mais famosa da pirataria somali, em janeiro, uma festa de praia improvisada ocorreu perto de Hobyu, a cidade no sul da Somália onde ele estava atracado. Segundo a tripulação do Vella Gulf, o navio de guerra americano que passou meses vigiando o Sirius Star e o Faina, outro navio capturado, crianças corriam pela praia, fogueiras foram acesas e os associados dos piratas trouxeram veículos com tração nas quatro rodas para a areia.
Os participantes da festa vieram em busca de sua parte nos US$ 3 milhões do resgate, pago pelos proprietários para a libertação de seu navio petroleiro, o maior já sequestrado. Alguns dos presentes participaram da tomada do navio e outros ajudaram fornecendo alimentos, segundo os observadores. Os membros mais velhos da gangue pirata também receberam sua parte.
A ameaça de ataques como o realizado contra o Sirius Star surgiu nos últimos 18 meses como a mais séria questão de segurança para o setor de transporte marítimo mundial. Segundo o Birô Marítimo Internacional, ocorreram 111 ataques e 42 sequestros bem-sucedidos além da costa da Somália em 2008. Os custos adicionais de seguro e preocupações de segurança estão fazendo com que as empresas de transporte marítimo gastem milhões de dólares em desvios, segurança adicional e seguro mais caro.
Mas as atividades dos piratas são eficazes por causa de sua simplicidade. Em um país onde o setor bancário deixou de funcionar após mais de uma década de caos e após as sanções americanas antilavagem de dinheiro, tudo é feito em moeda. Dezenas de milhares de notas de US$ 100 são jogadas do ar como pagamento de resgate. Os carros, casas, televisores e festas de casamento que elas financiam são pagas em dinheiro.
A festa mostra o quanto a pirataria se tornou parte da complexa sociedade somali. Uma analista militar ocidental diz que os piratas agora empregam "contadores" para dividir o resgate. Há fórmulas cuidadosamente elaboradas que determinam quanto é pago para cada um, do guarda mais baixo aos líderes da gangue. Os piratas seguem um código de conduta que proíbe, por exemplo, que tripulantes sejam feridos, com multas para os infratores.
Os laços pessoais e o talento decidem juntos como as carreiras progridem, segundo Mark Genung, capitão do USS Vella Gulf. "Se você é um bom pirata, eu suponho que você tenha bons empregos de pirata", ele diz. "Se você é um pirata ruim, você recebe empregos ruins de pirata.
"Mais importante, a entrega do resgate em dinheiro e sua divisão não deixa rastro no sistema que rastreia e quebra o financiamento do crime organizado."Não dá para checar para onde vai o dinheiro", diz a analista militar.
Há um entendimento de que a pirataria somali contemporânea surgiu no início desta década à medida que o clã Hawiye, sediado nos arredores de Haradere, na região central da Somália, tentava impedir a pesca e o despejo de lixo ilegal. Eles evoluíram do ataque às embarcações à tomada delas para pedido de resgate.
Eles atraíram grande atenção pela primeira vez com o ataque ao Seabourn Spirit, um navio de cruzeiro, a cerca de 115 quilômetros da costa somali, em 2005. A tentativa fracassada mostrou que os piratas já tinham algumas "naves-mãe" - embarcações usadas como bases em alto-mar e capazes de se afastar bem mais da costa do que as pequenas embarcações de ataque dos piratas.
Os Hawiye abandonaram a pirataria, pelo menos temporariamente, quando a área de Haradere caiu em 2006 para o governo da União dos Tribunais Islâmicos, que era contra a pirataria mas teve vida breve. Os Darod, com fortalezas ao redor de Eyl, na costa leste, e Bosasso e Caluula, em Puntland, no Golfo de Áden, tomaram seu lugar.
Abdullahi Yusuf Ahmed, de Puntland, se mudou para o sul, para as fortalezas do governo federal somali de transição quando foi nomeado presidente em 2004, segundo um especialista diplomático europeu. Muitos dos milicianos que mantiveram Puntland pacífica o acompanharam.
"Isso dava muita liberdade de ação aos clãs locais de Puntland, que podiam praticar pirataria porque havia menos supervisão", diz o especialista diplomático.
O grupo inicial de piratas Darod recrutou outros. A analista militar chama o sistema de esquema da pirâmide, onde os membros mais velhos ganhavam senioridade à medida que novos recrutas ingressavam.
"Eles chegam a um ponto em que não precisam mais sair para o mar.
"Os piratas também pagam a outros membros mais velhos de seus clãs e grupos políticos e militares locais, segundo Roger Middleton, um pesquisador do programa para África da Chatham House, no Reino Unido.
"O dinheiro vai para os membros mais velhos do clã, da mesma forma que se espera que um empresário bem-sucedido ajude as pessoas", ele diz.
Os Darods podem ter tornado a atividade mais democrática, segundo Daren Dickson, um gerente sênior da Drum Cussac, uma consultoria de risco. Eles insistem em pagamento em dinheiro, enquanto os resgates anteriormente eram pagos por meio dos bancos ou pelo sistema informal Hawala de transferência de dinheiro, controlado pelos senhores da guerra.
"Os membros de fato do clã agora recebem sua parte, não apenas o senhor da guerra", diz Dickson.
Segundo o especialista diplomático, as sagas do Faina e Sirius Star sugerem que a experiência está tornando os piratas mais sofisticados e ambiciosos. Ele acredita que os piratas foram alertados sobre a presença do Faina, que estava carregado com tanques e outros armamentos militares. O capitão Genung acredita que a carga foi capturada por acaso.
Os piratas perceberam rapidamente a importância do Faina e obtiveram US$ 3,2 milhões, bem mais do que o US$ 1 milhão que até então era o padrão. O mesmo grupo - uma mistura incomum de Hawiye e Darod - então capturou o Sirius Star, a 420 milhas náuticas da costa leste da Somália.
Grupos Darod operando de Puntland estão se adaptando à presença militar significativa no Golfo de Áden. Eles agora lançam com frequência vários ataques, um após o outro, para sobrecarregar a capacidade das embarcações próximas de responder.
O capitão Genung promete se adaptar às mudanças e aponta que o esforço militar já está tornando a vida dos piratas mais difícil. O Vella Gulf ajudou a capturar dois grupos de piratas, totalizando 16 homens, em 11 e 12 de fevereiro, enquanto a Marinha russa também capturou alguns piratas no Golfo de Áden.
Entretanto, ninguém envolvido acredita que esta ação pode resolver um problema com raízes no colapso a longo prazo do Estado somali. Aqueles que capturaram os piratas em 11 e 12 de fevereiro disseram que eles deviam estar desesperados para colocar no mar uma embarcação tão perigosa, cheia de vazamentos. Qualquer coisa que não seja uma solução política duradoura em terra será um "mero esparadrapo" segundo a analista militar.
"Há pessoas famintas que não têm nenhum modo legítimo de ganhar dinheiro", ela disse. "Elas pensam: 'Nós queremos um pedaço desta torta'."