O oratório A Infância de Cristo, do compositor francês Hector Berlioz, completa o ciclo de concertos de cunho religioso da Orquestra Sinfônica e do Coro do Theatro Municipal na igreja da Candelária. O concerto será realizado nos dias 29 e 30 de abril, sempre às 18:30h, e terá como solistas Celine Imbert (Maria), Eduardo Amir (José) Licio Bruno (Herodes), Carlos Eduardo Marcos (Polidoro). Fernando Portari fará a narração e a regência estará a cargo do maestro Lutero Rodrigues, especialmente convidado. Destacam-se também os músicos Marcelo Bonfim (flauta), Sofia Ceccato (flauta) e Cristina Braga (harpa), que formarão um trio ouvido em determinado ponto da obra.
Publicado por Thyago Mathias
terça-feira, 28 de abril de 2009
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Cleopatra: a mulher, o mito e a tumba
Stacy Schiff, do New York Times, escreveu uma matéria que, apesar de longo, é interessante, engraçada e instrutiva sobre o mito que pode ser desvendado se for confirmada a descoberta da tumba de Cleopatra, rainha do Egito. Segue o texto, na tradução de Eloise De Vylder, para o UOL:
O que é necessário para se tornar um mito? Se você for mulher, a fórmula é simples. Suas melhores apostas são os três Ds: delusão (Joana D'Arc), deficiência (Helen Keller), destruição (Sylvia Plath).
Você pode conseguir pontos extras com uma morte cruel, súbita ou surpreendente, como demonstram Evita, Amelia ou Diana. No topo da lista das personalidades mais autodestrutivas de todos os tempos vem, é claro, Cleópatra VII, cuja busca pelo túmulo começará em breve, num monte egípcio a oeste de Alexandria.
Cleópatra morreu há 2.039 anos, com 39 anos de idade. Antes de se transformar em máquina de caça-níqueis, videogame, marca de cigarro, camisinha, caricatura, clichê ou sinônimo de Elizabeth Taylor, antes de reencarnar nas obras de Shakespeare, Dryden ou Shaw, ela foi uma rainha egípcia de verdade. Governou por 21 anos, a maior parte do tempo sozinha, o que quer dizer que ela era essencialmente um rei feminino, uma incongruência que provoca o tipo de reação antes reservada aos homens travestidos.
Do ponto de vista dela, não havia nada de estranho com o arranjo.Cleópatra certamente tinha mais modelos femininos poderosos do que qualquer outra mulher na história. Elas não eram exatamente estandartes da virtude, mas articuladoras políticas argutas. Suas antecessoras foram as rainhas macedônias rancorosas e intrusivas que rotineiramente envenenavam irmãos e enviavam exércitos contra seus filhos. A tataravó de Cleópatra declarou uma guerra civil contra seus pais, e outra contra seus filhos. Essas mulheres foram criadas para governar.
Cleópatra teve um filho com Júlio César. Depois de sua morte, ela teve mais três - dois filhos e uma filha - com seu protegido, Marco Antônio. A maternidade confirmou seu poder sobre o trono. Ela foi em parte o reverso de Henrique 8º; ela também precisava de um herdeiro homem, mas teve mais sucesso ao consegui-lo. É quase certo que Marco Antônio e Júlio César representam toda a extensão da história sexual de Cleópatra. Ela era autoconfiante, engenhosa e destemida, e para sua época e lugar era extremamente bem comportada. Tendo herdado um país em declínio, ela o governou com habilidade num período de seca, fome, peste e guerra.
Entretanto, o que pode ser dito de bom de uma mulher que dormia com dois dos homens mais poderosos de sua época? Os pais dos filhos de Cleópatra eram homens de um apetite sexual voraz e notório. Cleópatra é lembrada na história como uma sedutora implacável. Ela é a garota má original, uma Monica Lewinsky do mundo antigo. E tudo porque ela aparece em uma das mais perigosas intercessões da história, a que existe entre as mulheres e o poder.
Ela reina eternamente sobre a disputa entre promiscuidade e virilidade, a floresta de conotações que separam a "aventureira" do "aventureiro". No mundo antigo, também, as mulheres faziam intriga enquanto os homens faziam estratégia. E o poder feminino se afirmava com regularidade, de uma forma mais velada do que na época grega. Nos contratos de casamento do primeiro século antes de Cristo, a mulher prometia ser fiel e dedicada - e não colocar poções de amor na comida do marido. As mulheres inteligentes, já alertava Eurípedes, são mulheres perigosas.
Assumindo que a dupla medida sobreviveu pelo menos 2 mil anos desde Cleópatra, o que estamos fazendo hoje num monte egípcio, sob as ruínas do templo de Taposiris Magna? "Esta pode ser a descoberta mais importante do século 21", diz o diretor do patrimônio egípcio, Zahi Hawass, sobre a escavação. Com certeza será um alívio riscar Cleópatra da lista de coisas que perdemos, ou que acreditamos ter perdido: Atlântida, Jamestown, uma tribo inteira de Israel, boas maneiras, Jimmy Hoffa.
Se encontrarmos o túmulo de Cleópatra - e certamente encontraremos algo relevante, uma vez que Hawass parece determinado a fazer uma descoberta à altura de Tutancâmon, em 1992 - poderemos até solucionar o mistério da morte de Cleópatra. Com certeza não haverá uma víbora preservada ao lado de sua múmia. Isso foi provavelmente um acréscimo à história. Não é difícil de imaginar o que alguém quer dizer quando junta uma mulher com uma cobra.
Entretanto, talvez possamos determinar se Cleópatra cometeu suicídio ou foi de fato assassinada. Enquanto prisioneira, ela era um constrangimento para os romanos, que não sabiam como triunfar com alarde, e com certa compaixão, sobre uma mulher. Pode ser que eles tenham-na matado antes.
Em grande parte, foram os inimigos de Cleópatra que garantiram nosso fascínio em relação a ela. Foi a guerra civil de Roma que assegurou a sua imortalidade. E foi Otaviano, seu inimigo e futuro Augusto César, que estabeleceu sua aura de femme fatale. Ele também pode ter sido o responsável pela versão da Classic Comics de uma rainha pervertida e ambígua, abrindo o caminho para Joseph L. Mankiewicz. Mas nesse processo, ele superdimensionou Cleópatra a proporções hiperbólicas - para fazer o mesmo com sua própria vitória. A história de Cleópatra difere da maioria das histórias sobre mulheres, porque os homens que a contam, por seus próprios motivos, engrandecem e não diminuem o papel dela.
Otaviano quase não precisava aumentar a história. Ela era uma mulher da realeza que por fim, pode-se dizer, morreu por amor. As tragédias românticas não ficam melhores do que isso, o que explica porque Shakespeare teve dificuldade em melhorar Plutarco. E Cleópatra coloca um rótulo antigo em algo que sempre soubemos existir: a sexualidade feminina exacerbada. Eis novamente aquela poção do amor.
Não é que ela tenha batido a cabeça num teto de vidro, mas tropeçou no alçapão de entrada, na armadilha que diminui as mulheres através da sexualidade. Como escreveu Margaret Atwood sobre Jezebel, "a bagagem sexual que acumulada em torno dessa figura é impressionante, uma vez que ela não fez nada nem remotamente sexual na história original, exceto usar maquiagem". No caso de Cleópatra, a ausência total de verdade assegurou o mito. Quando os fatos são escassos, os mitos invadem a história, como erva daninha.
Seria um alívio resolver de uma vez por todas a dúvida excruciante sobre a beleza de Cleópatra, apesar de a resposta não afetar praticamente nada. Mesmo que ela tivesse todas as armas estéticas em seu arsenal, já sabemos quais ela usou com tanta destreza. "Era impossível conversar com ela sem ser imediatamente cativado", diz uma de nossas duas melhores fontes. Sua voz era aveludada; sua conversa estimulante; seus poderes de persuasão inigualáveis; sua presença um evento, diz o outro. Provavelmente nenhum desses atributos poderá ser extraído da rocha egípcia para fazer uma turnê internacional.
Cleópatra serviu como uma arma eficiente que Otaviano usou para unir-se a Marco Antônio, numa guerra civil particularmente violenta.
Foi sua fraqueza pela estrangeira sedutora que corrompeu e arruinou Antônio. Descobriremos que ele dividiu o túmulo com Cleópatra, conforme dizem os relatos antigos? Afinal, foi o pedido - real ou inventado por Otaviano - de ser enterrado ao lado dela que custou Roma a Marco Antônio. Dizem que Cleópatra o enterrou com suas próprias mãos, febrilmente, com suntuosidade e honrarias. (Ela tentou deixar de comer até a morte na época.) Entretanto, a busca pelo túmulo dele não é assunto para as manchetes. Marco Antonio é um tanto figurante da história alheia.
A busca é, além disso, atual. A classicista de Cambridge Mary Beard diz que durante anos o Santo Graal dos arqueólogos foi o túmulo (ainda perdido) de Alexandre, o Grande. Mas não estamos mais no mercado em busca de um homem branco imperialista. Apesar de essa escavação não solucionar nenhuma das grandes questões, ela poderia, diz Beard, possivelmente oferecer pistas sobre a etnia de Cleópatra. Ela era uma macedônia pura, ou tinha descendência africana? (Minha aposta é de que ela era macedônia com, talvez, um pouco de sangue persa.) De fato a questão da ancestralidade mista parece ser o assunto da vez. Há um mês, cientistas britânicos sugeriram que haviam solucionado definitivamente a questão, produzindo simulações computadorizadas da irmã de Cleópatra com base num crânio encontrado na Turquia.
Aqui entramos num exercício familiar: Cleópatra também passou sua vida tentando reconciliar Ocidente e Oriente, com tão pouco sucesso quanto conseguimos hoje. Um romano não conseguia pensar além de um Ocidente civilizado e virtuoso e um Oriente opulente e decadente. Ele era incapaz de vislumbrar além do exótico e do erótico. O Oriente era, por definição, atraente e voluptuoso - como uma mulher, de fato. Pense na dança árabe do maravilhoso segundo ato do balé "Quebra-Nozes" de Balanchine. Ela é uma presença ardente, intoxicante, muito potente para qualquer parceiro, sem nenhuma importância para a história, que sempre suspeitei estar lá somente para acordar os pais da platéia.
É claro que temos intenção de solucionar os enigmas. Ansiamos pela caixa preta da história. De certa forma, também queremos a confirmação de que vivemos no mesmo planeta que a lenda que inspirou dois milênios de prosa ardente, de que aquilo que parece mito foi história verdadeira. Temos sede de certezas. Queremos ver e tocar o mito em todo o seu cintilante esplendor, esquecendo-nos de que ao fazer isso ele volta - pelo toque de Midas ao reverso - para a escória da história. Se encontrarmos Cleópatra, e se pudermos lhe dar um rosto, prometemos desistir de Elizabeth Taylor de uma vez por todas?
Escolheremos a mulher ou o mito? Será que algo se perderá quando ela for encontrada? Otaviano tinha seus planos, nós temos os nossos.
Não importa o que as tumbas de Taposiris nos reservam, é pouco provável que ofereçam uma resposta para a misteriosa questão das mulheres e o poder. Para isso, teremos de escavar em outros lugares. E pode levar um pouco mais de tempo.
Publicado por Thyago Mathias
domingo, 26 de abril de 2009
Números da redução de circulação de jornais impressos
Com informações do portal Comunique-se
Números do Audit Bureau os Circulation, IVC dos EUA, no último semestre (até março), mostra queda da circulação de 7% nas vendas diárias comparadas com o mesmo período de 2008. Um recorde histórico. Aos domingos a queda foi de 5,3%, agravando a queda nos dias de semana. O USA Today, o de maior circulação com 2,1 milhões de exemplares, acompanhou a média caindo 7,5%.
No Brasil, a circulação média no primeiro trimestre do ano 2000 e de 2009 também sofreu variações negativas. Os números são:
Números do Audit Bureau os Circulation, IVC dos EUA, no último semestre (até março), mostra queda da circulação de 7% nas vendas diárias comparadas com o mesmo período de 2008. Um recorde histórico. Aos domingos a queda foi de 5,3%, agravando a queda nos dias de semana. O USA Today, o de maior circulação com 2,1 milhões de exemplares, acompanhou a média caindo 7,5%.
No Brasil, a circulação média no primeiro trimestre do ano 2000 e de 2009 também sofreu variações negativas. Os números são:
- Folha de S. Paulo 2000: 429.476 2009: 298.352 - Variação -30%
- O Globo 2000: 334.098 2009: 260.869 - Variação -22%
- O Estado de S. Paulo 2000: 391.023 2009: 217.414. - Variação -44%
- Zero Hora 2000: 186.471 2009: 184.893 - Variação -1%
Será o fim da Doutrina Monroe?
A Doutrina Monroe (América para os Americanos) foi apresentada pelo presidente dos EUA James Monroe em sua mensagem ao Congresso em 2 de dezembro de 1823: "Julgamos propícia esta ocasião para afirmar, como um princípio que afeta os direitos e interesses dos Estados Unidos, que os continentes americanos, em virtude da condição livre e independente que adquiriram, não podem mais ser considerados, como suscetíveis de colonização por nenhuma potência europeia”. Em artigo publicado no La Nacion no dia 22 de abril, Juan Gabriel Tokatlian, professor de relações internacionais da Universidade de San Andres (Argentina), dá outra versão à recente Cúpula das Américas com a presença de Obama:
"Com sua atitude em Trinidad e Tobago, Obama confirma a emancipação da América Latina e com isso acentua o ocaso da Doutrina Monroe. É notório na AL o avanço da China. Rússia retorna à região, ao tempo que Iran, Índia e África Do Sul se projetam ativamente na região. Os cinco - Pequim, Moscou, Teerã, Pretoria e Nova Delhi - procuram reforçar os laços em materias, energética e alimentar (áreas estratégicas de recursos vitais)".
"Ao interesse na região destes atores, some-se a variedade de atores não governamentais (partidos políticos, organizações civis de diversas índoles, movimentos antiglobalização, comunidades religiosas, indígenas, grupos transnacionais criminais, entre outros) com AL. Cresceram os questionamentos frontais aos EUA e surgiram governos manifestamente críticos à Washington".
"Nesse contexto, Barack Obama não parece inclinado em reconstruir à força a Doutrina Monroe. Isto significa que os âmbitos e assuntos continentais devem ser vistos como um sistema múltiplo e complexo. As instâncias coletivas (OEA, BID) deveriam fortalecer-se, assim como o Grupo do Rio, um potencial organismo regional para tratar da questão das drogas, e o Conselho Sulamericano de Defesa, e até o Banco do Sul, como eventual banco de desenvolvimento.
"Assistimos a um momento raro nas relações interamericanas: poucas vezes se apresentaram tantas condições para que a América Latina reduza a subordinação aos EUA com concordância desse. Nesse sentido, a V Cúpula das Américas significa o fim de uma época e o início de uma nova era nas relações interamericanas".
Publicado por Thyago Mathias
"Com sua atitude em Trinidad e Tobago, Obama confirma a emancipação da América Latina e com isso acentua o ocaso da Doutrina Monroe. É notório na AL o avanço da China. Rússia retorna à região, ao tempo que Iran, Índia e África Do Sul se projetam ativamente na região. Os cinco - Pequim, Moscou, Teerã, Pretoria e Nova Delhi - procuram reforçar os laços em materias, energética e alimentar (áreas estratégicas de recursos vitais)".
"Ao interesse na região destes atores, some-se a variedade de atores não governamentais (partidos políticos, organizações civis de diversas índoles, movimentos antiglobalização, comunidades religiosas, indígenas, grupos transnacionais criminais, entre outros) com AL. Cresceram os questionamentos frontais aos EUA e surgiram governos manifestamente críticos à Washington".
"Nesse contexto, Barack Obama não parece inclinado em reconstruir à força a Doutrina Monroe. Isto significa que os âmbitos e assuntos continentais devem ser vistos como um sistema múltiplo e complexo. As instâncias coletivas (OEA, BID) deveriam fortalecer-se, assim como o Grupo do Rio, um potencial organismo regional para tratar da questão das drogas, e o Conselho Sulamericano de Defesa, e até o Banco do Sul, como eventual banco de desenvolvimento.
"Assistimos a um momento raro nas relações interamericanas: poucas vezes se apresentaram tantas condições para que a América Latina reduza a subordinação aos EUA com concordância desse. Nesse sentido, a V Cúpula das Américas significa o fim de uma época e o início de uma nova era nas relações interamericanas".
Publicado por Thyago Mathias
Clipe de domingo: Lugaucho pelo Grupo Ang3l3s
Um clipe bastante tosco que foi comentado durante a última semana volta neste domingo.
A homenagem do Grupo Ang3l3s ao presidente paraguaio Fernando Lugo cai na piada mais fácil, mas que não perde a graça: Por que Lugo fez tantos filhos? Ora, porque sendo bispo católico ele seria o primeiro a se posicionar contra o uso da camisinha...
Enfim, Lugaucho, como diz a música, tiene corazón, pero no puso el condón. Vale lembrar que, em tempos de separação entre Igreja e Estado, a recusa em eleger um bispo afastado do exercício da função já evitaria meia-polêmica...
Publicado por Thyago Mathias
A homenagem do Grupo Ang3l3s ao presidente paraguaio Fernando Lugo cai na piada mais fácil, mas que não perde a graça: Por que Lugo fez tantos filhos? Ora, porque sendo bispo católico ele seria o primeiro a se posicionar contra o uso da camisinha...
Enfim, Lugaucho, como diz a música, tiene corazón, pero no puso el condón. Vale lembrar que, em tempos de separação entre Igreja e Estado, a recusa em eleger um bispo afastado do exercício da função já evitaria meia-polêmica...
Publicado por Thyago Mathias
quinta-feira, 23 de abril de 2009
Santa Sé assina acordo de entendimento com Liga Árabe
Da agência Zenit
A Santa Sé e a Liga de Estados Árabes assinaram um Memorandum de Entendimento esta manhã em Roma, segundo divulgou a Secretaria de Estado Vaticana. Este acordo pretende, entre outras coisas, favorecer iniciativas de diálogo inter-religioso.
Na assinatura do documento, que entrou em vigor hoje, estiveram presentes duas delegações, encabeçadas pelo cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado, e por Walid al Gargani, chefe da Missão da Liga Árabe na Santa Sé. O documento foi assinado pelo arcebispo Dominique Mamberti, secretário para as Relações entre os Estados, e por Amr Moussa, secretário da Liga.
Este acordo, segundo afirma o comunicado oficial, «consolida ainda mais os vínculos de colaboração existentes entre a Santa Sé e a Liga Árabe, especialmente a nível político e cultural, a favor da paz, da segurança e da estabilidade regional e internacional».
Também, o acordo prevê uma maior atenção, por ambas as partes, «às iniciativas de diálogo inter-religioso».
A Liga Árabe, com sede no Cairo, foi fundada em 1945 para defender os interesses das nações árabes. Fazem parte dela 22 países, entre eles o Egito, Jordânia, Iraque, Líbano, Arábia Saudita, Iêmen, Síria, Sudão, Marrocos, Tunísia, Kuwait e Argélia.
A Santa Sé mantém um delegado apostólico na Liga desde 2000, por decisão do Papa João Paulo II. O Papa nomeou como tal, em 2007, o arcebispo Michael Louis Fitzgerald, que é também núncio no Egito e que anteriormente foi presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso.
Publicado por Thyago Mathias
A Santa Sé e a Liga de Estados Árabes assinaram um Memorandum de Entendimento esta manhã em Roma, segundo divulgou a Secretaria de Estado Vaticana. Este acordo pretende, entre outras coisas, favorecer iniciativas de diálogo inter-religioso.
Na assinatura do documento, que entrou em vigor hoje, estiveram presentes duas delegações, encabeçadas pelo cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado, e por Walid al Gargani, chefe da Missão da Liga Árabe na Santa Sé. O documento foi assinado pelo arcebispo Dominique Mamberti, secretário para as Relações entre os Estados, e por Amr Moussa, secretário da Liga.
Este acordo, segundo afirma o comunicado oficial, «consolida ainda mais os vínculos de colaboração existentes entre a Santa Sé e a Liga Árabe, especialmente a nível político e cultural, a favor da paz, da segurança e da estabilidade regional e internacional».
Também, o acordo prevê uma maior atenção, por ambas as partes, «às iniciativas de diálogo inter-religioso».
A Liga Árabe, com sede no Cairo, foi fundada em 1945 para defender os interesses das nações árabes. Fazem parte dela 22 países, entre eles o Egito, Jordânia, Iraque, Líbano, Arábia Saudita, Iêmen, Síria, Sudão, Marrocos, Tunísia, Kuwait e Argélia.
A Santa Sé mantém um delegado apostólico na Liga desde 2000, por decisão do Papa João Paulo II. O Papa nomeou como tal, em 2007, o arcebispo Michael Louis Fitzgerald, que é também núncio no Egito e que anteriormente foi presidente do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso.
Publicado por Thyago Mathias
quarta-feira, 22 de abril de 2009
Alma Guillermoprieto: "O jornalismo na América Latina hoje é exercido com falta de imaginação"
Com informações do Knight Center for Journalism
Para a jornalista mexicana Alma Guillermoprieto, colaboradora de publicações como a revista New Yorker, o jornalismo na América Latina, hoje, é exercido com pouco rigor e falta de imaginação. Foi o que disse em uma entrevista ao portal Milenio, em que confessou que todos os seus artigos "guardam certo veneno aos políticos, pois creio que a falta de decência na política latino-americana é uma tragédia".
Sobre sua maneira de se relacionar com os entrevistados, Guillermoprieto afirmou: "O grande segredo de um repórter é confiar no fato de que todos queremos contar nossa história. Todos. Todos queremos ser compreendidos. Ouvidos. E os repórteres, na maioria das vezes, não escutam. Eles estão em busca das aspas e não da verdadeira história por trás delas. Porém, se [o jornalista] vai em busca da verdadeira história, o entrevistado percebe isso e agradece".
Sobre o jornalismo latino-americano de hoje, Alma Guillermoprieto comenta: "Os jornais na América Latina, me dá pena dizer, não são bons. Há raríssimas exceções. Os jovens repórteres, muitas vezes brilhantes, se queixam de seus editores, do salário... com toda a razão. Mas também não são incrivelmente imaginativos na hora de propôr textos e abordagens para a realidade. A realidade latino-americana é infinitamente rica, é mágica e incrível. Falta ao jornalismo latino-americano descobrir como transmitir isso. O mundo ainda precisa ser descoberto, e tudo precisa ser escrito. Mas [os jornalistas] não se comprometem plenamente com isso. Os jornais da América Latina também precisam abordar todos os dias temas que possam mudar um país ou uma cidade".
Publicada por Thyago Mathias
terça-feira, 21 de abril de 2009
Cesar Maia e o "Muro da Miséria"
Há pelo menos cinco edições de seu ex-Blog, o ex-prefeito do Rio Cesar Maia segue criticando a iniciativa do Governo do Estado, com apoio do atual prefeito, de construir muros entre favelas e áreas verdes da cidade.
Seguem algumas das postagens, que reproduzem artigos e notas de jornais:
El País (Espanha) chama o muro da vergonha de "muro da miséria" e diz que divide o Rio!
"El muro de la miseria ya divide Río". "Once favelas son cercadas para contener su expansión y luchar contra la droga". (20/04)
Do artigo de Luiz Fernando Janot, urbanista, professor da UFRJ, no Globo de hoje:
"Na Idade Média a cidade se fechava para os perigos externos através de muralhas periféricas. Talvez essa tendência seja um prenúncio lamentável da construção de um apartheid social na cidade... Um grande muro periférico envolvendo as comunidades instaladas nos morros para conter sua expansão é uma proposta simplista e comprometedora visualmente, da própria paisagem que se quer ver preservada". (17/04)
G1. Representantes de cem associações de moradores do Rio de Janeiro se manifestaram ontem, quinta-feira, contra o projeto de instalação de muros em torno das favelas. A Defensoria Pública informou que pode tomar medidas para impedir a instalação das barreiras de concreto. (17/04)
Clovis Rossi - FSP:
O muro, aí como aqui. Saio do Brasil com a polêmica sobre o muro em torno de uma favela carioca comendo solta. Chego a Port of Spain, em Trinidad e Tobago, com a polêmica sobre o muro para esconder uma favela comendo solta. Ah, América Latina, quando se fecharão suas veias eternamente abertas, para citar o clássico de Eduardo Galeano? O "Miami Herald" visitou o muro e reproduziu ontem frase de um dos moradores de Beetham Gardens, a favela que está sendo escondida. (16/04)
Proposta de CAMUFLAR o Muro da Vergonha com vegetação (ler na coluna do Ancelmo, do Globo) é o reconhecimento do absurdo de se cercar com muros medievais, as favelas. Pior a emenda que o soneto. Viraria chacota. (16/04)
Ontem, o Caderno de Turismo de EL PAÍS teve o Rio como tema. Matéria positiva. Mas infelizmente a questão dos muros da vergonha foi realçada na matéria. Abaixo, trecho.
"Hay un punto de urgencia en ello: queda poco tiempo para conocer Río de Janeiro antes de que cambie definitivamente su aspecto, pues el gobierno regional ha comenzado a levantar muros que aíslan las favelas de las zonas más turísticas." (15/04)
Roberto DaMatta (coluna no Globo): "Um muro para deter o avanço da iniquidade social, não vai conseguir coisa alguma. Antes de realizar tal monumento à sacralização da desigualdade em escala estupidamente grandiosa, vale a pena pensar numa coisa óbvia. Todo muro tem dois lados. Do lado de lá, ele vai servir de trincheira,casamata e torre para os que se aproveitam da pobreza 'criminosamente' e não apenas pelo voto. Com o muro concretiza-se o que o Zuenir Ventura diagnosticou como uma cidade partida, que murada, será irremediavelmente repartida". (15/04)
O presidente da associação de moradores da Rocinha diz que o crescimento da Rocinha é vertical e o muro não trará benefícios. "A Rocinha hoje não está se expandido para a mata. O muro vai impedir que as crianças peguem fruta na mata e as donas de casa busquem água, enquanto a favela sofre com o problema de falta de água tratada". O governo do Rio de Janeiro licitou na semana passada a construção de 3,4 km de muros nas favelas da Rocinha, Pedra Branca e Chácara do Céu. A obra custará R$ 21 milhões. Na Rocinha, maior favela da zona sul, 415 famílias terão que ser removidas de suas casas durante a construção dos paredões de três metros de altura. A Rocinha, em São Conrado, receberá 2,8 km de muro. Segundo a Emop, 114 famílias serão transferidas para apartamentos construídos na própria comunidade e as outras 301 vão receber indenizações. Segundo o IPP-Prefeitura-Rio, a Rocinha cresceu 1,41%, de 1999 a 2008. (Trechos de matéria da FSP). (14/04)
Paira a dúvida se tanta insistência de Cesar Maia deve-se apenas ao fato de que a autoria do projeto seja de seus desafetos do PMDB, Cabral e Paes. Em sua mais de uma década no comando do município, Maia tornou-se conhecido pelo projeto Favela-Bairro, que poderia ser visto como um modelo de integração das comunidades à "cidade urbanizada", se não tivesse falhado em conter o crescimento dessas mesmas comunidades e em levar a civilidade e o controle do Estado esperados em qualquer núcleo urbano.
Murar, talvez, não seja a melhor ideia. A gritaria, entretanto, que se tem ouvido de parte da inteligentsia brasileira e internacional, ainda saudosa do Muro de Berlim - tanto que enxerga esse muro em qualquer outro que seja construído no mundo -, não resolve o problema. É preciso haver debate e, simplismente, tachar de facista a solução do muro não é propor uma alternativa.
Os estudos do Instituto Pereira Passos que mostram um avanço maior da classe-média do que das favelas sobre as matas cariocas não deixa de ser um exemplo de como números e porcentagens podem ser ilusórios, meros artifícios para manipulação. O baixo crescimento percentual da Rocinha, por exemplo, não significa que ela tenha derrubado pouca mata, em números absolutos. Além disso, muito do que foi tachado de classe-média encontra-se justamente às margens de algumas das comunidades "urbanizada" ou "bairrizadas" do Rio. Em algumas favelas da zona-sul, já não se pode ser pobre e favelado ao mesmo tempo. A especulação imobiliária - vide o caso do minhocão da Rocinha - só permite, hoje, a existência de uma classe-média, ainda que marginalizada e afrontada, nessas comunidades.
Para reflexão e como fomento ao debate, vale conferir reportagem do Globo de 16 de abril, que mostra como algumas experiências de contenção de favelas com eco-limites funcionaram, de fato, preservando a mata e sem gerar o tão mal afamado apartheid social.
Publicado por Thyago Mathias
Seguem algumas das postagens, que reproduzem artigos e notas de jornais:
El País (Espanha) chama o muro da vergonha de "muro da miséria" e diz que divide o Rio!
"El muro de la miseria ya divide Río". "Once favelas son cercadas para contener su expansión y luchar contra la droga". (20/04)
Do artigo de Luiz Fernando Janot, urbanista, professor da UFRJ, no Globo de hoje:
"Na Idade Média a cidade se fechava para os perigos externos através de muralhas periféricas. Talvez essa tendência seja um prenúncio lamentável da construção de um apartheid social na cidade... Um grande muro periférico envolvendo as comunidades instaladas nos morros para conter sua expansão é uma proposta simplista e comprometedora visualmente, da própria paisagem que se quer ver preservada". (17/04)
G1. Representantes de cem associações de moradores do Rio de Janeiro se manifestaram ontem, quinta-feira, contra o projeto de instalação de muros em torno das favelas. A Defensoria Pública informou que pode tomar medidas para impedir a instalação das barreiras de concreto. (17/04)
Clovis Rossi - FSP:
O muro, aí como aqui. Saio do Brasil com a polêmica sobre o muro em torno de uma favela carioca comendo solta. Chego a Port of Spain, em Trinidad e Tobago, com a polêmica sobre o muro para esconder uma favela comendo solta. Ah, América Latina, quando se fecharão suas veias eternamente abertas, para citar o clássico de Eduardo Galeano? O "Miami Herald" visitou o muro e reproduziu ontem frase de um dos moradores de Beetham Gardens, a favela que está sendo escondida. (16/04)
Proposta de CAMUFLAR o Muro da Vergonha com vegetação (ler na coluna do Ancelmo, do Globo) é o reconhecimento do absurdo de se cercar com muros medievais, as favelas. Pior a emenda que o soneto. Viraria chacota. (16/04)
Ontem, o Caderno de Turismo de EL PAÍS teve o Rio como tema. Matéria positiva. Mas infelizmente a questão dos muros da vergonha foi realçada na matéria. Abaixo, trecho.
"Hay un punto de urgencia en ello: queda poco tiempo para conocer Río de Janeiro antes de que cambie definitivamente su aspecto, pues el gobierno regional ha comenzado a levantar muros que aíslan las favelas de las zonas más turísticas." (15/04)
Roberto DaMatta (coluna no Globo): "Um muro para deter o avanço da iniquidade social, não vai conseguir coisa alguma. Antes de realizar tal monumento à sacralização da desigualdade em escala estupidamente grandiosa, vale a pena pensar numa coisa óbvia. Todo muro tem dois lados. Do lado de lá, ele vai servir de trincheira,casamata e torre para os que se aproveitam da pobreza 'criminosamente' e não apenas pelo voto. Com o muro concretiza-se o que o Zuenir Ventura diagnosticou como uma cidade partida, que murada, será irremediavelmente repartida". (15/04)
O presidente da associação de moradores da Rocinha diz que o crescimento da Rocinha é vertical e o muro não trará benefícios. "A Rocinha hoje não está se expandido para a mata. O muro vai impedir que as crianças peguem fruta na mata e as donas de casa busquem água, enquanto a favela sofre com o problema de falta de água tratada". O governo do Rio de Janeiro licitou na semana passada a construção de 3,4 km de muros nas favelas da Rocinha, Pedra Branca e Chácara do Céu. A obra custará R$ 21 milhões. Na Rocinha, maior favela da zona sul, 415 famílias terão que ser removidas de suas casas durante a construção dos paredões de três metros de altura. A Rocinha, em São Conrado, receberá 2,8 km de muro. Segundo a Emop, 114 famílias serão transferidas para apartamentos construídos na própria comunidade e as outras 301 vão receber indenizações. Segundo o IPP-Prefeitura-Rio, a Rocinha cresceu 1,41%, de 1999 a 2008. (Trechos de matéria da FSP). (14/04)
Paira a dúvida se tanta insistência de Cesar Maia deve-se apenas ao fato de que a autoria do projeto seja de seus desafetos do PMDB, Cabral e Paes. Em sua mais de uma década no comando do município, Maia tornou-se conhecido pelo projeto Favela-Bairro, que poderia ser visto como um modelo de integração das comunidades à "cidade urbanizada", se não tivesse falhado em conter o crescimento dessas mesmas comunidades e em levar a civilidade e o controle do Estado esperados em qualquer núcleo urbano.
Murar, talvez, não seja a melhor ideia. A gritaria, entretanto, que se tem ouvido de parte da inteligentsia brasileira e internacional, ainda saudosa do Muro de Berlim - tanto que enxerga esse muro em qualquer outro que seja construído no mundo -, não resolve o problema. É preciso haver debate e, simplismente, tachar de facista a solução do muro não é propor uma alternativa.
Os estudos do Instituto Pereira Passos que mostram um avanço maior da classe-média do que das favelas sobre as matas cariocas não deixa de ser um exemplo de como números e porcentagens podem ser ilusórios, meros artifícios para manipulação. O baixo crescimento percentual da Rocinha, por exemplo, não significa que ela tenha derrubado pouca mata, em números absolutos. Além disso, muito do que foi tachado de classe-média encontra-se justamente às margens de algumas das comunidades "urbanizada" ou "bairrizadas" do Rio. Em algumas favelas da zona-sul, já não se pode ser pobre e favelado ao mesmo tempo. A especulação imobiliária - vide o caso do minhocão da Rocinha - só permite, hoje, a existência de uma classe-média, ainda que marginalizada e afrontada, nessas comunidades.
Para reflexão e como fomento ao debate, vale conferir reportagem do Globo de 16 de abril, que mostra como algumas experiências de contenção de favelas com eco-limites funcionaram, de fato, preservando a mata e sem gerar o tão mal afamado apartheid social.
Publicado por Thyago Mathias
segunda-feira, 20 de abril de 2009
Habemus Episcopus
O novo arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, tomou posse na tarde do domingo 19 de abril, durante cerimônia realizada na Catedral Metropolitana.
Dom Orani sucede no cargo o cardeal Eusébio Scheid, que havia apresentado sua renúncia ao completar 75 anos, em dezembro de 2007, em conformidade com o Código de Direito Canônico.
A cerimônia contou com a presença de representantes do episcopado brasileiro, do clero do Rio de Janeiro e de diversas autoridades civis.
A liturgia da missa de posse foi a do 2º Domingo da Páscoa, com algumas particularidades. Por volta das 3pm, Dom Orani foi recebido na porta da Catedral por Dom Eusébio Scheid e seus bispos auxiliares. De lá, Dom Orani entrou pelo vão central do templo e seguiu até a capela do Santíssimo Sacramento para orar e se paramentar. Quando os concelebrantes chegaram, o chanceler da Cúria leu a Carta Apostólica do Papa Bento XVI com a nomeação do novo bispo. Depois disso, o Núncio Apostólico, passou o báculo a Dom Orani, como símbolo da entrega da Arquidiocese em suas mãos. O brasão do novo arcebispo foi descerrado e ele seguiu para a cátedra de onde presidiu o restante da celebração. Ao final, Dom Orani deu a bênção apostólica com indulgência plenária para os fiéis presentes na Catedral.
O novo arcebispo nasceu no dia 23 de junho de 1950, em São José do Rio Pardo (São Paulo). É religioso da Ordem Cisterciense, no seio da qual foi ordenado sacerdote em 1974. Foi bispo de São José do Rio Preto (São Paulo) e arcebispo de Belém (Pará).
Reflexões sobre o uso midiático de Susan Boyle
Superado o êxtase inicial, a catarse dos desprivilegiados com a aparição “tapa na cara” de Susan Boyle na televisão britânica, uma dúvida mais antiga do que o império da beleza nos meios de comunicação ressurge: alguma coisa acontece por acaso?
O sucesso de Susan ante o cinismo da platéia e trio de jurados do programa Britain’s got talent parece sincero e pode muito bem ser. A repercussão alcançada pelo fato, na imprensa escrita, na Internet, em redes de TV do mundo inteiro – incluídos uma entrevista transatlântica com Larry King, CNN, e um convite para o sofá da Oprah – e nos contratos de gravação que despontam no horizonte da sensação escocesa atende a um encantamento natural do público, mas também a uma lógica menos nítida e mais calculada. Nada é por acaso!
Susan Boyle, uma senhora escocesa de 47 anos, desempregada, tratada publicamente como “feia”, possui uma identificação com todos os que, no planeta, sentem-se oprimidos pela ditadura da juventude, da beleza e do sucesso a qualquer custo. Em meio à crise global que varre, sobretudo, os Estados Unidos e a Europa, o triunfo de uma desempregada reacende as esperanças, conforta e pacifica o conjunto de homens e mulheres que, na meia idade ou mesmo desiludidos na juventude, encontrava-se prestes a se revoltar contra o sistema.
A lógica marxiana não venceu, porque não contava com a capacidade do capitalismo reinventar-se continuamente, apesar de prever a absorção pacificadora de um ou outro indivíduo marginalizado. Um ícone para a coletividade.
Susan Boyle merece o sucesso que faz. Merece mais. Entretanto, ela é um ícone, para o bem e o mal dos indivíduos coletivizados que enxergam nela um espelho da própria derrota a que lhes submete o sistema.
Como nada é por acaso, no ano de Quem quer ser um milionário?, tanto a vitória de Susan quanto o sucesso do filme anglo-indiano, curiosamente, reacendem o interesse por um gênero de programa que vinha perdendo sua audiência, ano após ano. Nada como a esperança de que um novo slumdog ou uma outra Susan Boyle surja por aí, para manter ligados os televisores da classe-média.
O sucesso de Susan ante o cinismo da platéia e trio de jurados do programa Britain’s got talent parece sincero e pode muito bem ser. A repercussão alcançada pelo fato, na imprensa escrita, na Internet, em redes de TV do mundo inteiro – incluídos uma entrevista transatlântica com Larry King, CNN, e um convite para o sofá da Oprah – e nos contratos de gravação que despontam no horizonte da sensação escocesa atende a um encantamento natural do público, mas também a uma lógica menos nítida e mais calculada. Nada é por acaso!
Susan Boyle, uma senhora escocesa de 47 anos, desempregada, tratada publicamente como “feia”, possui uma identificação com todos os que, no planeta, sentem-se oprimidos pela ditadura da juventude, da beleza e do sucesso a qualquer custo. Em meio à crise global que varre, sobretudo, os Estados Unidos e a Europa, o triunfo de uma desempregada reacende as esperanças, conforta e pacifica o conjunto de homens e mulheres que, na meia idade ou mesmo desiludidos na juventude, encontrava-se prestes a se revoltar contra o sistema.
A lógica marxiana não venceu, porque não contava com a capacidade do capitalismo reinventar-se continuamente, apesar de prever a absorção pacificadora de um ou outro indivíduo marginalizado. Um ícone para a coletividade.
Susan Boyle merece o sucesso que faz. Merece mais. Entretanto, ela é um ícone, para o bem e o mal dos indivíduos coletivizados que enxergam nela um espelho da própria derrota a que lhes submete o sistema.
Como nada é por acaso, no ano de Quem quer ser um milionário?, tanto a vitória de Susan quanto o sucesso do filme anglo-indiano, curiosamente, reacendem o interesse por um gênero de programa que vinha perdendo sua audiência, ano após ano. Nada como a esperança de que um novo slumdog ou uma outra Susan Boyle surja por aí, para manter ligados os televisores da classe-média.
domingo, 19 de abril de 2009
"Isso é apenas uma parte de mim." - Susan Boyle
Como a vida, o domingo deste blog propicia contrastes.
Se na postagem abaixo é possível encontrar uma atriz de talento reconhecido, com uma beleza primorosa que lhe abre portas, mas com limitações musicais que não impediram o brilho em um filme recente, na vida real encontramos Susan Boyle.
Descrita como "a antítese do glamour televisivo: feia, acima do peso, pouco charmosa, brega e desengonçada", a escocesa tem 47 anos, está desempregada e nunca beijou na boca, segundo ela mesma. Quando subiu ao palco do programa Britain's got talent, um espaço próprio para ridicularizar candidatos ao estrelato, ela teve de ouvir assobios de troça, gargalhadas e cinismo do trio de jurados. Susan disse inspirar-se na estrela dos musicais ingleses Elaine Paige e teve que ouvir murmúrios e enxergar expressões de "quem esse traste acha que é?". Foi só abrir a boca, porém, para ser ovacionada de pé, deixar a platéia de queixo caído e calar as expressões de gente - como nós - que não está acostumada a ver além das aparências.
Quando perguntada sobre sua idade, ela não hesitou em rebolar, responder e acrescentar: "Isso é apenas uma parte de mim". E é a menor parte, a que menos importa!
Segundo o jornal O GLobo, "a escocesa é a mais jovem de uma família humilde de nove irmãos. Durante o parto, em 1961, ela sofreu de insufiência de oxigenação no cérebro, fatalidade que deixou sequelas e que é atribuída como explicação para a dificuldade de aprendizado que ela teria nas décadas seguintes. Na escola, outro problema foi sua aparência: seria hipócrita negar que Susan é feia".
Já para o Daily Telegraph, "Susan Boyle warned against image makeover".
Quem tem medo de Susan Boyle?
A televisão? Quem empacota mediocridade sob uma aura de juventude e beleza? Não se trata de um alerta sobre a image makeover que teria se tornado comum na mídia contemporânea, mas quem tem medo do que é aparentemente feio, perde talentos escondidos. E não é por dizer que antigamente era diferente. Provavelmente, desde que a divulgação da imagem foi facilitada pelo meio, beleza tornou-se mais relevante, inicialmente, do que conteúdo. Afinal, quem não gosta do que é esteticamente belo? No entanto, entre as diversas apreciações estéticas, encontra-se a beleza musical e esta, por mais que sua aparência nunca tenha lhe permitido uma chance, Susan Boyle tem.
No ano de Quem quer ser um milionário?, esse tipo de programa televisivo às vezes cumpre, na vida real, o seu propósito: dar uma oportunidade a quem a vida nunca deu. Aos 47 anos ou não, sempre há tempo!
Como o youtube não permite mais a incorporação do vídeo, vale seguir este link para conferir o talento de Susan Boyle, na interpretação de I dreamed a dream, do musical Os miseráveis.
Publicado por Thyago Mathias
Clipe de domingo: Volver
Para este domingo, segue trecho de tango de Carlos Gardel, na interpretação de Penélope Cruz para o filme Volver, de Pedro Almodóvar. Quem tem medo do reencontro com o passado? Mais do que o tango e uma atuação primorosa de uma atriz que consegue ficar mais linda a cada dia, vale assistir o filme completo: uma reflexão sobre família, morte e lembranças do passado.
Tengo miedo del encuentro
con el pasado que vuelve
a enfrentarse con mi vida.
Tengo miedo de las noches,
que pobladas de recuerdos,
encadenen mi soñar;
pero el viajero que huye
tarde o temprano detiene su andar.
Y aunque el olvido, que todo destruye,
haya matado mi vieja ilusión,
guardo escondida una esperanza humilde
que es toda la fortuna de mi corazón.
Volver,
con la frente marchita,
las nieves del tiempo
platearon mi sien.
Sentir
que es un soplo la vida,
que veinte años no es nada,
que febril la mirada
errante en las sombras
te busca y te nombra.
Vivir
con el alma aferrada
a un dulce recuerdo
que lloro otra vez.
Publicado por Thyago Mathias
Tengo miedo del encuentro
con el pasado que vuelve
a enfrentarse con mi vida.
Tengo miedo de las noches,
que pobladas de recuerdos,
encadenen mi soñar;
pero el viajero que huye
tarde o temprano detiene su andar.
Y aunque el olvido, que todo destruye,
haya matado mi vieja ilusión,
guardo escondida una esperanza humilde
que es toda la fortuna de mi corazón.
Volver,
con la frente marchita,
las nieves del tiempo
platearon mi sien.
Sentir
que es un soplo la vida,
que veinte años no es nada,
que febril la mirada
errante en las sombras
te busca y te nombra.
Vivir
con el alma aferrada
a un dulce recuerdo
que lloro otra vez.
Publicado por Thyago Mathias
sábado, 18 de abril de 2009
Leo Fisscher na ABL
No dia 14 de abril, a Academia Brasileira de Letras (ABL) inaugurou uma exposição de pinturas do artista plástico holandês Leo Fisscher, sob a curadoria de Carlos Dimuro. Gratuita, ela permanece aberta ao público até o dia 3 de maio, na Galeria Manuel Bandeira, no Centro Cultural da ABL.
Conheça um pouco mais sobre esse pintor abstrato e fotógrafo:
Desde a chegada ao Brasil, a obra pictórica desse artista holandês passou por variadas modificações. A mais evidente é a luminosidade das cores. Nesse particular, pode-se dizer que as pinturas abstratas de Fisscher, em contato com as fortes e exuberantes cores do Brasil, ganharam novas dimensões. E também sensualidade em suas formas e contornos.
Leo Fisscher, como todo artista holandês, conviveu e convive, direta e indiretamente, com a obra de um dos grandes artistas daquele país: Mondrian. A Holanda dá importância à essência da cor e ao geometrismo nela inserida, pois até mesmo a forma da principal flor, a tulipa, tem tal plasticidade que difícil é não se render à sua magnitude. Pois vivendo agora em dois mundos de culturas completamente opostas, Brasil e Holanda, Leo Fisscher praticamente uniu a austeridade genética ao aspecto sensual-tropical, resultando dessa junção, uma pintura de linguagem abstracionista, que muitas vezes aproxima-se da realidade, mas dela vai se distanciando à medida que o autor utiliza o gestual, criando texturas espessas, fortes, de sutis e profundas reflexões em torno da própria pintura.
Dessa maneira, ele capta o instante mágico da criação, formas e cores de um lado, sentimentos e emoções do outro, sem que esses aspectos não possam definir a essência da obra. O jogo existente entre linhas e cores revela, antes de tudo, que Leo Fisscher sabe harmonizar sua obra no sentido de ela ser ao mesmo tempo abstrata e óptica.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Fazer perguntas e agregar fatos
Do Knight Center for Journalism
O caso de uma professora voluntária da escola dominical da Igreja Batista de Clover Road, acusada de assassinar uma garota de oito anos, levou esta semana as principais redes TV e vários grandes jornais de todo o país para a cidade de Tracy, na Califórnia. Mas foi o Tracy Press, um o pequeno jornal em crise financeira, que conseguiu a entrevista que os investigadores associam à resolução do caso e à prisão da professora, informa o Los Angeles Times.
A jornalista Jennifer Wadsworth, de 22 anos, obteve o nome da suspeita, Melissa Huckaby, e conseguiu uma entrevista de 40 minutos com ela por telefone, em que revelou informações que não havia dado à polícia, diz o LA Times. A reportagem de Wadsworth, publicada online, levou os investigadores a interrogar Huckaby novamente por cinco horas e à sua imediata prisão. Ela foi acusada de assassinar Sandra Cantu, com quem brincava a sua própria filha.
O Tracy Press, jornal de 111 anos distribuído gratuitamente para mais de 20 mil pessoas, precisou recentemente de uma redução de custos drástica. O jornal passou a publicar apenas duas vezes por semana, e a redação, que um dia teve lotação máxima, hoje emprega somente dois repórteres e um redator de esportes. "Conhecemos as pessoas que moram aqui, conhecemos esta cidade, e às vezes temos acesso a coisas que ninguém mais tem", disse a editora do jornal, Cheri Matthews.
Em um momento em que jornalistas acham que precisam "reinventar a si mesmos", Scott Hernold, colunista do Mercury News, diz que "a reportagem de Wadsworth mostra o valor de se fazer perguntas e agregar fatos". "O jornalismo significa simplesmente contar às pessoas o que está acontecendo", disse Wadsworth a Herhold. "E, neste sentido, nunca vai morrer".
Publicado por Thyago Mathias
O caso de uma professora voluntária da escola dominical da Igreja Batista de Clover Road, acusada de assassinar uma garota de oito anos, levou esta semana as principais redes TV e vários grandes jornais de todo o país para a cidade de Tracy, na Califórnia. Mas foi o Tracy Press, um o pequeno jornal em crise financeira, que conseguiu a entrevista que os investigadores associam à resolução do caso e à prisão da professora, informa o Los Angeles Times.
A jornalista Jennifer Wadsworth, de 22 anos, obteve o nome da suspeita, Melissa Huckaby, e conseguiu uma entrevista de 40 minutos com ela por telefone, em que revelou informações que não havia dado à polícia, diz o LA Times. A reportagem de Wadsworth, publicada online, levou os investigadores a interrogar Huckaby novamente por cinco horas e à sua imediata prisão. Ela foi acusada de assassinar Sandra Cantu, com quem brincava a sua própria filha.
O Tracy Press, jornal de 111 anos distribuído gratuitamente para mais de 20 mil pessoas, precisou recentemente de uma redução de custos drástica. O jornal passou a publicar apenas duas vezes por semana, e a redação, que um dia teve lotação máxima, hoje emprega somente dois repórteres e um redator de esportes. "Conhecemos as pessoas que moram aqui, conhecemos esta cidade, e às vezes temos acesso a coisas que ninguém mais tem", disse a editora do jornal, Cheri Matthews.
Em um momento em que jornalistas acham que precisam "reinventar a si mesmos", Scott Hernold, colunista do Mercury News, diz que "a reportagem de Wadsworth mostra o valor de se fazer perguntas e agregar fatos". "O jornalismo significa simplesmente contar às pessoas o que está acontecendo", disse Wadsworth a Herhold. "E, neste sentido, nunca vai morrer".
Publicado por Thyago Mathias
“Mulheres do Planeta”, por Titouan Lamazou
O artista francês Titouan Lamazou apresenta a exposição Mulheres do Planeta, de 11 de maio a 11 de julho, na Oca, em São Paulo, como parte das comemorações do Ano da França no Brasil. Com mais de 200 perfis, a mostra faz um painel da mulher contemporânea por meio da fotografia, pintura, vídeo, texto e desenho realizados durante sete anos de viagens pelos cinco continentes do mundo. Refugiadas, camponesas, militantes, operárias, advogadas, artistas, nômades, modelos, professoras, empresárias exemplificam a força da mulher atual, independente da aparência física, nacionalidade, origem étnica ou religião.
Entre elas, há mulheres árabes da Mauritânia, do Chade e dos territórios palestinos. O capítulo brasileiro da exposição conta com a exibição da história de 19 mulheres marcantes que Titouan conheceu em sua viagem de quatro meses no ano de 2004, ao percorrer os estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Goiás, Tocantins e Minas Gerais.
Oca – Pavilhão Lucas Nogueira Garcez
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, portão 3
São Paulo
Sempre das 10am às 08pm.
Publicado por Thyago Mathias
quarta-feira, 15 de abril de 2009
Pensar a Imprensa: grandes expectativas - o lugar das novas mídias digitais na democracia
Como parte da série de encontros Repensar a Imprensa, a Fundação Casa de Rui Barbosa recebe, às 2:30pm desta quinta-feira (16), o pesquisador Fernando Lattman-Weltman, do Cpdoc/FGV, para discutir "o lugar das novas mídias digitais na democracia".
Os encontros são abertos e gratuitos.
Weltman pretende sugerir que a rede, apesar de desempenhar funções positivas como a acessibilidade potencial e a interatividade, presta-se também à reprodução de hierarquias e desigualdades por meio de manipulações de capitais simbólicos originários do mundo “não-virtual”, e à transmutação de preconceitos do senso comum. Em especial em contextos marcados simultaneamente por grande desigualdade social e taxas significativas de mobilidade social, como é o caso do Brasil contemporâneo.
Publicado por Thyago Mathias
Bolsas para oficina de jornalismo científico, na Califórnia
Com informações do Knight Center for Journalism
Repetindo o modelo de oficinas anteriores, esta se caracteriza pela instrução em primeira mão a partir de estudos científicos em campos tão diversos como a biodiversidade, as energias renováveis, a engenharia genética, produtos farmacêuticos e doenças infecciosas, além de oferecer sub-oficinas práticas, ministradas por jornalistas científicos, sobre como realizar reportagens precisas e eficientes sobre temas científicos complexos.
Este programa é dirigido especialmente para jornalistas científicos na América Latina, incluindo repórteres de meios de comunicação em espanhol nos Estados Unidos.
A 6ª Oficina de Jornalismo Científico Jack F. Ealy, destinada a jornalistas latino-americanos, será realizada de 7 a 16 de julho de 2009 pelo Instituto das Américas, localizado no campus da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD).
Repetindo o modelo de oficinas anteriores, esta se caracteriza pela instrução em primeira mão a partir de estudos científicos em campos tão diversos como a biodiversidade, as energias renováveis, a engenharia genética, produtos farmacêuticos e doenças infecciosas, além de oferecer sub-oficinas práticas, ministradas por jornalistas científicos, sobre como realizar reportagens precisas e eficientes sobre temas científicos complexos.
Este programa é dirigido especialmente para jornalistas científicos na América Latina, incluindo repórteres de meios de comunicação em espanhol nos Estados Unidos.
Para se candidatar à bolsa, é preciso fazer a inscrição até 27 de abril, pelo site do Instituto de las Américas (clique aqui), contendo: três exemplares de trabalhos profissionais publicados em 2008 acerca de temas afins à oficina, carta de recomendação de um supervisor direto e uma biografia com até 250 palavras.
Publicado por Thyago Mathias
terça-feira, 14 de abril de 2009
Obama: o risco da demagogia em branco e preto
O mundo adora Obama, a imprensa adora Obama, os americanos adoram Obama. Será mesmo? Quais americanos. Segundo pesquisa do Pew RC, comentada pelo assessor de comunicação Karl Rove no Wall Street Journal do dia 08 de abril, Barack Obama "tem a mais polarizada aprovação em início de mandato de qualquer presidente" nos últimos 40 anos. Isso quer dizer que eleitores democratas adoram Obama, mas os republicanos não se deixaram seduzir. O que poderia parecer uma divisão normal, não aconteceu sequer na Era Walker Bush. De um modo geral, passadas as eleições, o eleitor norte-americano, independente de partido, tende a aceitar o presidente como líder da nação, Chief in Commander (coisas bem próprias deles), e não como um político qualquer, jumentinho ou elefante.
Barack Obama, que, desde a reta final da campanha e, sobretudo, no dia de sua posse, pretende associar sua imagem à de Abraham Lincoln, um republicano, deveria tomar cuidado para não ver, ao fim de quatro anos, um país dividido entre partidários de um ou outro partido, entre brancos e negros, entre sulistas e nortistas, entre caipirões texanos e nova-iorquinos cosmopolitas. That's not the dream, ao menos não no discurso de Martin Luther King, incorporado por Obama.
Vale destacar algumas observações de Rove, em seu artigo:
A diferença entre aprovação de Obama entre os democratas (88%) e republicanos (27%) é de 61 pontos. Esta "lacuna de aprovação" é 10 pontos maior do que a de Bush, neste momento da sua primeira presidência, com vitória questionada.
Obama, através de suas ações e retórica, tem acelerado o processo. Sua campanha prometeu pós-partidarismo, mas, uma vez tendo assumido a presidência, afastou os republicanos de todo processo deliberativo. Obama tem acelerado o declínio do seu apoio entre os republicanos com críticas e ataques a seu antecessor. Para uma pessoa que prometeu a esperança e civilidade na política, Obama tem mostrado uma obsessão em atacar Bush. Isso mostra Obama, como mais um político convencional.
Obama deve saber se opinião dos independentes é mais próxima dos democratas ou republicanos. Recentes sondagens mostram que o apoio às suas políticas entre os independentes é declinante. A mais recente sondagem Fox News (31 mar), apontou que a aprovação de Obama entre os independentes caiu para 52%, nove pontos menos que no início de Março. Durante o mesmo período, o número de independentes que o desaprova duplicou para 32%, saindo de 16%. Independentes também se opõe ao orçamento proposto por uma margem de 55% a 37%.
Se o apoio dos independentes continuar em queda, muitos Democratas se preocuparão com as eleições intermediárias de 2010. Nenhum presidente nos últimos 40 anos tem feito mais para polarizar a América tão rapidamente. Em menos de 11 semanas conseguiu exatamente o contrário daquilo que prometeu.
Publicado por Thyago Mathias
domingo, 12 de abril de 2009
Por que a remoção de favelas tem que ser tabu?
Do Globo Online
Apesar de ressaltar que a prioridade de sua administração é a criação de moradias populares, o prefeito Eduardo Paes afirmou ao GLOBO que "a remoção não é a melhor opção no caso de comunidades já consolidadas, mas o assunto não pode ser tratado como um tabu, nem descartado completamente". É o que mostra reportagem de Jacqueline Costa, Luiz Ernesto Magalhães e Selma Schmidt, publicada na edição deste domingo. A remoção não é a melhor opção no caso de comunidades já consolidadas. Mas o assunto não pode ser tratado como tabu, nem descartado completamente. Por isso, deve e merece ser discutido pela sociedade - afirma Paes.
A partir dos anos 80, a expressão remoção de favelas passou a ser estigmatizada como uma prática autoritária do passado. De acordo com Liana Rosemberg, professora da Faculdade de Educação da Uerj e especialista em urbanismo, o lado positivo das remoções foi esquecido. Sem elas, a Lagoa, por exemplo, poderia ter se transformado num grande complexo de favelas.
Projeções indicam que o entorno da Lagoa teria hoje cerca de cem mil pessoas em favelas.
Em pleno século XXI, parece bobagem falar em liberdade de expressão, mas o pensamento politicamente correto inibe discussões que ainda não tiveram seu ponto final. Quem disse que não se pode fazer remoção de favelas? O político que lançasse esta indagação seria crucificado até há pouco tempo, desde que, no Estado do Rio, o Brizolismo consolidou sua herança. Entre os pontos positivos da gestão Eduardo Paz, encontra-se justamente o de levantar esta questão. Vamos conferir no que vai dar!
Publicado por Thyago Mathias
Apesar de ressaltar que a prioridade de sua administração é a criação de moradias populares, o prefeito Eduardo Paes afirmou ao GLOBO que "a remoção não é a melhor opção no caso de comunidades já consolidadas, mas o assunto não pode ser tratado como um tabu, nem descartado completamente". É o que mostra reportagem de Jacqueline Costa, Luiz Ernesto Magalhães e Selma Schmidt, publicada na edição deste domingo. A remoção não é a melhor opção no caso de comunidades já consolidadas. Mas o assunto não pode ser tratado como tabu, nem descartado completamente. Por isso, deve e merece ser discutido pela sociedade - afirma Paes.
A partir dos anos 80, a expressão remoção de favelas passou a ser estigmatizada como uma prática autoritária do passado. De acordo com Liana Rosemberg, professora da Faculdade de Educação da Uerj e especialista em urbanismo, o lado positivo das remoções foi esquecido. Sem elas, a Lagoa, por exemplo, poderia ter se transformado num grande complexo de favelas.
Projeções indicam que o entorno da Lagoa teria hoje cerca de cem mil pessoas em favelas.
Em pleno século XXI, parece bobagem falar em liberdade de expressão, mas o pensamento politicamente correto inibe discussões que ainda não tiveram seu ponto final. Quem disse que não se pode fazer remoção de favelas? O político que lançasse esta indagação seria crucificado até há pouco tempo, desde que, no Estado do Rio, o Brizolismo consolidou sua herança. Entre os pontos positivos da gestão Eduardo Paz, encontra-se justamente o de levantar esta questão. Vamos conferir no que vai dar!
Publicado por Thyago Mathias
Conteúdo online: cobrar ou não cobrar, eis a questão!
Enquanto o New York Times realiza um debate semi-público sobre a cobrança ou não do acesso a suas notícias online, o magnata da mídia internacional Rupert Murdoch, diretor da News Corp., disse à Reuters (clique aqui e confira a entrevista) que os jornais devem cobrar por seu conteúdo online e substituir assim a queda da receita publicitária.
Murdoch é dono de um dos poucos diários dos Estados Unidos que cobra pelo acesso de seu conteúdo na internet, o Wall Street Journal. Segundo ele, esta política do jornal "não é uma mina de ouro, mas não é ruim".
Como exemplo, Murdoch mencionou o próprio New York Times, que tem um dos sites da internet mais visitados dos EUA, mas ainda não é capaz de cobrir todos os seus custos com a venda de anúncios na web, disse.
Vale conferir o desenrolar dessa discussão, uma vez que a onda de jornais impressos que fecham as portas ou permanecem apenas com sua versão online é crescente nos Estados Unidos. No Brasil, de mercado concentrado em poucos títulos que contam com tiragem expressiva, não chegou ainda o momento de fechar, mas tanto a distribuição quanto o faturamento têm sido decrescentes. Precisam, de qualquer maneira, encontrar uma solução de ganhar um trocado a mais, no papel ou na web. Resta saber até quanto os leitores estão dispostos a pagar.
Publicado por Thyago Mathias
Clip de domingo: Miss Celie's Blues
No domingo de Páscoa, que já é mais do que dia dO Dominus, poderia escolher um clipe de temática religiosa, mas a lembrança do filme A Cor Púrpura (The color purple, 1995) e desse momento divertido e duro - no sentido de "despertar pra vida" - que é a apresentação da canção Miss Celie's Blues pelo personagem de Tata Vega (Shug Avery), chama a atenção para o sentido de renovação e luta que a Páscoa representa e que é preciso enfrentar na vida.
Trata-se de um dos grandes momentos do cinema e a música é excepcional. Assista:
Acompanhe também a letra:
Sister, you've been on my mind
Sister, we're two of a kind
So sister, I'm keepin' my eye on you
I betcha think I don't know nothin'
But singin' the blues, oh sister
Have I got news for you,
I'm something
I hope you think that you're something too
Scuffin', I been up that lonesome road
And I seen a lot of suns going down
Oh, but trust me
No low life's gonna run me around
So let me tell you something sister
Remember your name, no twister
Gonna steal your stuff away my sister
We sho' ain't got a whole lot of time
So shake your shimmy sister
'Cause honey, the "shug" is feelin' fine
Publicado por Thyago Mathias
Trata-se de um dos grandes momentos do cinema e a música é excepcional. Assista:
Acompanhe também a letra:
Sister, you've been on my mind
Sister, we're two of a kind
So sister, I'm keepin' my eye on you
I betcha think I don't know nothin'
But singin' the blues, oh sister
Have I got news for you,
I'm something
I hope you think that you're something too
Scuffin', I been up that lonesome road
And I seen a lot of suns going down
Oh, but trust me
No low life's gonna run me around
So let me tell you something sister
Remember your name, no twister
Gonna steal your stuff away my sister
We sho' ain't got a whole lot of time
So shake your shimmy sister
'Cause honey, the "shug" is feelin' fine
Publicado por Thyago Mathias
sábado, 11 de abril de 2009
Santa Maria precisa de Milícias?
Na última quinta-feira, a agência de informação Zenit divulgou que um movimento católico de origem espanhola chamado de "Milícia de Santa Maria" foi reconhecido pela Santa Sé, no dia 31 de março, como associação privada internacional de fiéis leigos.
A dúvida que paira é sobre a escolha do nome dessa associação, fundada em 1947 pelo servo de Deus Pe. Tomás Morales. Por que milícia? No Rio de Janeiro, assolado por grupos como a "Liga da Justiça" esse nome inspira mais o terror e o atraso do que a fé renascente. Isso, entretanto, não se dá apenas no Rio. Em qualquer parte do mundo, em português ou espanhol, o termo milícia inspira uma imposição tão violenta que está longe de se associar com Santa Maria ou com a Igreja dos séculos XX ou XXI.
Publicado por Thyago Mathias
A dúvida que paira é sobre a escolha do nome dessa associação, fundada em 1947 pelo servo de Deus Pe. Tomás Morales. Por que milícia? No Rio de Janeiro, assolado por grupos como a "Liga da Justiça" esse nome inspira mais o terror e o atraso do que a fé renascente. Isso, entretanto, não se dá apenas no Rio. Em qualquer parte do mundo, em português ou espanhol, o termo milícia inspira uma imposição tão violenta que está longe de se associar com Santa Maria ou com a Igreja dos séculos XX ou XXI.
Publicado por Thyago Mathias
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Qual é o custo do jornalismo narrativo?
Do Knight Center for Journalism
A tradição do jornalismo narrativo – a arte da não-ficção – tem sido influenciada pela linha norte-americana dos últimos 50 anos. Gerald Marzorati, editor da revista do New York Times e que já foi parte de publicações como as revistas Harper's e New Yorker, explica na edição de 2009 do Fórum dos editores do Conselho para a Promoção e Apoio à Educação (CASE, por suas siglas em inglês) sua preocupação com os novos jornalistas. Poderão eles dedicar-se à publicação de textos entre 8 e 15 mil palavras?
Segundo disse Marzorati em seu discurso no Fórum, fazer uma reportagem de larga escala para uma revista implica em semanas e semanas de trabalho e tempo com os protagonistas da história para que seja possível entendê-los a fundo. Todo esse tempo custa dinheiro: uma típica reportagem na revista do NYT – incluindo o pagamento ao autor e gastos com viagem, sem contar com a edição, checagem de dados e fotografia – custa, em média, 40 mil dólares. E se o assunto pedir que o repórter viaje para uma zona de guerra, pode custar ainda mais.
Dono de uma larga tradição, o gênero do jornalismo narrativo explodiu nos anos sessenta com autores como Tom Wolfe, Gay Talese, Truman Capote, Hunter S. Thompson, Norman Mailer, entre outros. Foi chamado de Novo Jornalismo. Agora, em que a web dá origem à nova mídia, “[h]á uma idéia convencional de que a internet não é boa para os textos com mais de algumas centenas de palavras. No site da revista, nossas reportagens mais populares são as mais longas”, disse Marzorati.
Esses trabalhos incluem links, vídeos, espaço para comentários, e muitas vezes o autor da reportagem está disponível para responder às perguntas dos leitores. “Também temos o hábito de colocar algumas matérias online antes que saiam publicadas na edição semanal para gerar interesse de blogueiros e outros meios de comunicação. Agora, nós, os editores, somos também diretores e publicitários”.
Publicado por Thyago Mathias
A tradição do jornalismo narrativo – a arte da não-ficção – tem sido influenciada pela linha norte-americana dos últimos 50 anos. Gerald Marzorati, editor da revista do New York Times e que já foi parte de publicações como as revistas Harper's e New Yorker, explica na edição de 2009 do Fórum dos editores do Conselho para a Promoção e Apoio à Educação (CASE, por suas siglas em inglês) sua preocupação com os novos jornalistas. Poderão eles dedicar-se à publicação de textos entre 8 e 15 mil palavras?
Segundo disse Marzorati em seu discurso no Fórum, fazer uma reportagem de larga escala para uma revista implica em semanas e semanas de trabalho e tempo com os protagonistas da história para que seja possível entendê-los a fundo. Todo esse tempo custa dinheiro: uma típica reportagem na revista do NYT – incluindo o pagamento ao autor e gastos com viagem, sem contar com a edição, checagem de dados e fotografia – custa, em média, 40 mil dólares. E se o assunto pedir que o repórter viaje para uma zona de guerra, pode custar ainda mais.
Dono de uma larga tradição, o gênero do jornalismo narrativo explodiu nos anos sessenta com autores como Tom Wolfe, Gay Talese, Truman Capote, Hunter S. Thompson, Norman Mailer, entre outros. Foi chamado de Novo Jornalismo. Agora, em que a web dá origem à nova mídia, “[h]á uma idéia convencional de que a internet não é boa para os textos com mais de algumas centenas de palavras. No site da revista, nossas reportagens mais populares são as mais longas”, disse Marzorati.
Esses trabalhos incluem links, vídeos, espaço para comentários, e muitas vezes o autor da reportagem está disponível para responder às perguntas dos leitores. “Também temos o hábito de colocar algumas matérias online antes que saiam publicadas na edição semanal para gerar interesse de blogueiros e outros meios de comunicação. Agora, nós, os editores, somos também diretores e publicitários”.
Publicado por Thyago Mathias
terça-feira, 7 de abril de 2009
BeFunky!
BeFunky.com: este site traz mais de nove temas para trabalhar fotos e transformá-las em quadrinhos, stencil, arte em carvão ou mesmo obras ao estilo de Andy Warhol. O melhor é que dá pra fazer uploads de suas fotos, trabalhá-las e salvá-las ou imprimi-las de graça!
Basta conferir uma das coisas que foi possível fazer com a foto do post anterior, que mostra a parte interna da cúpula da igreja da Candelária:
PS: Para retirar a identificação do site na moldura, nada mais simples do que o Photoshop ou mesmo o paint.Publicado por Thyago Mathias
segunda-feira, 6 de abril de 2009
Cerimônias da Semana Santa
Calendário das cerimônias comemorativas da Paixão e Morte de Cristo, na igreja de Nossa Senhora da Candelária (Praça Pio X, s/n° - Rio de Janeiro):
Quinta-feira Santa, dia 9 de abril, às 6pm:
Cerimônia presididas por Sua Eminência o Cardeal Arcebispo Dom Eusébio Oscar Scheid. Na liturgia do Lava-Pés, quando os Discípulos serão representados por doze seminaristas do Seminário Propedêutico Rainha dos Apóstolos.
Sexta-feira da Paixão, dia 10 de abril, às 3pm:
Celebração da Paixão do Senhor.
Sábado de Aleluia, dia 11 de abril, às l8 horas:
Ofício Solene, com o ritual da bênção do Círio Pascal, da água e do fogo.
Domingo de Páscoa, dia 12 de abril, às 12 horas:
Missa.
Quinta-feira Santa, dia 9 de abril, às 6pm:
Cerimônia presididas por Sua Eminência o Cardeal Arcebispo Dom Eusébio Oscar Scheid. Na liturgia do Lava-Pés, quando os Discípulos serão representados por doze seminaristas do Seminário Propedêutico Rainha dos Apóstolos.
Sexta-feira da Paixão, dia 10 de abril, às 3pm:
Celebração da Paixão do Senhor.
Sábado de Aleluia, dia 11 de abril, às l8 horas:
Ofício Solene, com o ritual da bênção do Círio Pascal, da água e do fogo.
Domingo de Páscoa, dia 12 de abril, às 12 horas:
Missa.
Durante alguns ofícios da Semana Santa, como o ritual e procissão do Círio, o Mosteiro de São Bento também abre sua clausura aos fiéis visitantes. Vale conferir!
Publicado por Thyago Mathias
sábado, 4 de abril de 2009
Clip para o domingo: Make them laugh
Um vídeo com a mensagem ideal para um excelente domingo: "make them laugh"! Donald O'Conner and Gene Kelly, neste trecho do clássico Singing in the Rain (EUA, 1952), make us laugh. O vídeo foi apresentado no primeiro encontro do Consórcio de Entretenimento e Cultura Contemporânea, promovido pela ESPM-RJ e pelo Globo Universidade, no dia 30 de março. A questão que ele coloca é: qualificar um produto cultural como entretenimento é rotulá-lo já com um viés negativo?
Confira o filme e avalie por si:
Publicado por Thyago Mathias
Confira o filme e avalie por si:
Publicado por Thyago Mathias
sexta-feira, 3 de abril de 2009
NYT: Setor de TV se arrepende por programação gratuita na web
Notícia que já preocupa executivos de TVs brasileiras, do New York Times, em 30 de março:Nos últimos dois anos, o setor de televisão fez um grande esforço para ingressar no mercado da web, o que deu aos telespectadores a esperança de que um dia pudessem atingir o nirvana: todos os programas de TV já produzidos, disponíveis online para que sejam assistidos de graça. Mas muita gente no setor está questionando se programação exibida gratuitamente é um modelo sustentável. E alguns estão tentando garantir que as pessoas tenham motivo para continuar pagando suas salgadas contas de TV a cabo.
A Time Warner Cable, segunda maior operadora de cabos dos Estados Unidos, está trabalhando com alguns assinantes de Milwaukee para testar um modelo de assinatura para conteúdo de TV online. Os assinantes que pagarem pela HBO podem assistir Big Love, Entourage e outros programas em seus computadores, usando um software e login especial. As pessoas que não forem assinantes da HBO estarão impossibilitadas de obter o serviço.
Certa noite deste mês, enquanto seus filhos dormiam no andar de cima, Steve Glynn, 35, acompanhava com fones de ouvido um episódio da série In Treatment, da HBO, em seu laptop; na mesma sala, sua mulher Kerri estava assistindo Dancing With the Stars na TV da família. Ainda que ele diga assistir TV sem muita assiduidade, Glynn é adepto da HBO agora que os filmes e seriados do canal estão disponíveis em seu laptop. E quer mais. "Precisamos disso em todos os canais da Time Warner, e não só na HBO", disse.
O teste da Time Warner é um dos diversos sinais de que o setor de televisão, abalado pela recessão, está reconsiderando seu plano para levar a TV à web. Todos os indicadores apontam que programas de TV completos na web são tremendamente atraentes, já que milhões de norte-americanos se conectam para assistir aos episódios que perdem na TV e para descobrir novos programas.
O site de vídeos gratuitos Hulu, joint venture entre a NBC Universal e a News Corp., recebeu 35 milhões de visitantes em fevereiro ¿ uma fração das centenas de milhões de telespectadores de canais de TV a cada mês, mas alta de 42% ante os números de janeiro, de acordo com a comScore. As audiências de certos programas, como Lost, da rede de TV ABC, seriam até 25% mais altas caso os espectadores online fossem incluídos, de acordo com o serviço de medição de audiência Nielsen.
Mesmo assim, os executivos de TV estão desenvolvendo um modelo diferente sob o qual os assinantes de serviços tradicionais de TV a cabo e via satélite poderiam ter acesso online a toda a programação televisiva.
Na liderança do momento estão operadoras de TV a cabo e via satélite, preocupadas com a possibilidade de que a proliferação de vídeos gratuitos na web ¿ e programas para download na iTunes, da Apple - possa estar prejudicando o setor de TV por assinatura, que movimenta US$ 60 bilhões ao ano, ao permitir que pessoas cancelem seus serviços de TV a cabo.
AT&T, Comcast, DirecTV, Time Warner Cable e Verizon estão entre as empresas que estudam a possibilidade de distribuir conteúdo de TV online apenas a assinantes, de acordo com executivos familiarizados com as negociações. As distribuidoras procuraram produtoras de TV a cabo como a Viacom, que controla a MTV, VH1 e Comedy Central; a Scripps Ntwork, proprietária da HGTV e da Food Network; BBC; Discovery; e outros, para conversar sobre oferecer acesso à sua programação na internet aos assinantes.
Isso poderia fazer do YouTube, controlado pelo Google, um participante importante do mercado de vídeos mais longos ¿ algo que o serviço não conseguiu realizar por conta própria.
Os executivos de TV a cabo esperam por testes mais amplos dos novos sistemas, a partir da metade do ano, e estão desenvolvendo as tecnologias que permitirão que identifiquem seus consumidores quando estes estiverem online. A abordagem deve ser um assunto quente na conferência anual do setor de TV a cabo, em Washington, esta semana.
Também há sinais de que as redes de TV aberta e a cabo estão preocupadas por seu esforço inicial, muito divulgado, de veicular programas online possa estar ameaçando a receita mais alta que esses programas propiciam quando exibidos na TV convencional. As redes de TV a cabo não querem colocar programas na internet sem a garantia de que receberão a mesma taxa por usuário que auferem junto às distribuidoras de TV a cabo.
Quase todos os programas das redes abertas são exibidos de graça online, nos sites das redes ou em serviços centralizados como o Hulu, enquanto a maioria dos programas de redes a cabo não são distribuídos de graça. Mas nos últimos meses surgiram sinais de que as redes abertas podem estar mudando de idéia. A CBS, por exemplo, já não oferece episódios completos de The Mentalist, uma série de grande sucesso, na internet.
"As redes estão enfrentando dificuldades para descobrir como faturar ao distribuir via internet", disse Brian Baker, presidente-executivo da Widevine Technologies, que ajuda na distribuição segura de conteúdo online. "Os anunciantes não pagam tarifas plenas pelo conteúdo transmitido na internet, e isso começa a ameaçar o relacionamento multibilionário entre as redes e as distribuidoras via cabo e satélite".
Tradução de Paulo Migliacci para o portal Terra
Publicado por Thyago Mathias
A Time Warner Cable, segunda maior operadora de cabos dos Estados Unidos, está trabalhando com alguns assinantes de Milwaukee para testar um modelo de assinatura para conteúdo de TV online. Os assinantes que pagarem pela HBO podem assistir Big Love, Entourage e outros programas em seus computadores, usando um software e login especial. As pessoas que não forem assinantes da HBO estarão impossibilitadas de obter o serviço.
Certa noite deste mês, enquanto seus filhos dormiam no andar de cima, Steve Glynn, 35, acompanhava com fones de ouvido um episódio da série In Treatment, da HBO, em seu laptop; na mesma sala, sua mulher Kerri estava assistindo Dancing With the Stars na TV da família. Ainda que ele diga assistir TV sem muita assiduidade, Glynn é adepto da HBO agora que os filmes e seriados do canal estão disponíveis em seu laptop. E quer mais. "Precisamos disso em todos os canais da Time Warner, e não só na HBO", disse.
O teste da Time Warner é um dos diversos sinais de que o setor de televisão, abalado pela recessão, está reconsiderando seu plano para levar a TV à web. Todos os indicadores apontam que programas de TV completos na web são tremendamente atraentes, já que milhões de norte-americanos se conectam para assistir aos episódios que perdem na TV e para descobrir novos programas.
O site de vídeos gratuitos Hulu, joint venture entre a NBC Universal e a News Corp., recebeu 35 milhões de visitantes em fevereiro ¿ uma fração das centenas de milhões de telespectadores de canais de TV a cada mês, mas alta de 42% ante os números de janeiro, de acordo com a comScore. As audiências de certos programas, como Lost, da rede de TV ABC, seriam até 25% mais altas caso os espectadores online fossem incluídos, de acordo com o serviço de medição de audiência Nielsen.
Mesmo assim, os executivos de TV estão desenvolvendo um modelo diferente sob o qual os assinantes de serviços tradicionais de TV a cabo e via satélite poderiam ter acesso online a toda a programação televisiva.
Na liderança do momento estão operadoras de TV a cabo e via satélite, preocupadas com a possibilidade de que a proliferação de vídeos gratuitos na web ¿ e programas para download na iTunes, da Apple - possa estar prejudicando o setor de TV por assinatura, que movimenta US$ 60 bilhões ao ano, ao permitir que pessoas cancelem seus serviços de TV a cabo.
AT&T, Comcast, DirecTV, Time Warner Cable e Verizon estão entre as empresas que estudam a possibilidade de distribuir conteúdo de TV online apenas a assinantes, de acordo com executivos familiarizados com as negociações. As distribuidoras procuraram produtoras de TV a cabo como a Viacom, que controla a MTV, VH1 e Comedy Central; a Scripps Ntwork, proprietária da HGTV e da Food Network; BBC; Discovery; e outros, para conversar sobre oferecer acesso à sua programação na internet aos assinantes.
Isso poderia fazer do YouTube, controlado pelo Google, um participante importante do mercado de vídeos mais longos ¿ algo que o serviço não conseguiu realizar por conta própria.
Os executivos de TV a cabo esperam por testes mais amplos dos novos sistemas, a partir da metade do ano, e estão desenvolvendo as tecnologias que permitirão que identifiquem seus consumidores quando estes estiverem online. A abordagem deve ser um assunto quente na conferência anual do setor de TV a cabo, em Washington, esta semana.
Também há sinais de que as redes de TV aberta e a cabo estão preocupadas por seu esforço inicial, muito divulgado, de veicular programas online possa estar ameaçando a receita mais alta que esses programas propiciam quando exibidos na TV convencional. As redes de TV a cabo não querem colocar programas na internet sem a garantia de que receberão a mesma taxa por usuário que auferem junto às distribuidoras de TV a cabo.
Quase todos os programas das redes abertas são exibidos de graça online, nos sites das redes ou em serviços centralizados como o Hulu, enquanto a maioria dos programas de redes a cabo não são distribuídos de graça. Mas nos últimos meses surgiram sinais de que as redes abertas podem estar mudando de idéia. A CBS, por exemplo, já não oferece episódios completos de The Mentalist, uma série de grande sucesso, na internet.
"As redes estão enfrentando dificuldades para descobrir como faturar ao distribuir via internet", disse Brian Baker, presidente-executivo da Widevine Technologies, que ajuda na distribuição segura de conteúdo online. "Os anunciantes não pagam tarifas plenas pelo conteúdo transmitido na internet, e isso começa a ameaçar o relacionamento multibilionário entre as redes e as distribuidoras via cabo e satélite".
Tradução de Paulo Migliacci para o portal Terra
Publicado por Thyago Mathias
quinta-feira, 2 de abril de 2009
Stabat Mater
Stabat Mater: "Estava a mãe", dolorosa. A peça, que trata do sofrimento de Maria, mãe de Jesus, durante a crucificação, foi musicada pelo compositor italiano Giochino Rossini e vai ser apresentada nos dias 6 e 7 de abril, às 6:30pm, na igreja da Candelária, no Rio de Janeiro.
Trata-se da abertura da XV temporada do Projeto Candelária, que conta, nesta apresentação, com o Coro e Orquestra do Theatro Municipal carioca (ainda em obras), sob a regência de Silvio Viegas.
É uma oportunidade para admirar de graça, além da música, o templo religioso possivelmente mais requintado do Rio.
Publicado por Thyago Mathias
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Música nas igrejas
Ainda dá tempo de conferir os primeiros concertos da série Música nas Igrejas, em 2009 (clique na figura para aumentar). De 1º a 5 de abril, é uma chance para ouvir boa música e admirar a arquitetura das igrejas cariocas, de graça!
Publicado por Thyago Mathias
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