Do Knight Center for Journalism
A tradição do jornalismo narrativo – a arte da não-ficção – tem sido influenciada pela linha norte-americana dos últimos 50 anos. Gerald Marzorati, editor da revista do New York Times e que já foi parte de publicações como as revistas Harper's e New Yorker, explica na edição de 2009 do Fórum dos editores do Conselho para a Promoção e Apoio à Educação (CASE, por suas siglas em inglês) sua preocupação com os novos jornalistas. Poderão eles dedicar-se à publicação de textos entre 8 e 15 mil palavras?
Segundo disse Marzorati em seu discurso no Fórum, fazer uma reportagem de larga escala para uma revista implica em semanas e semanas de trabalho e tempo com os protagonistas da história para que seja possível entendê-los a fundo. Todo esse tempo custa dinheiro: uma típica reportagem na revista do NYT – incluindo o pagamento ao autor e gastos com viagem, sem contar com a edição, checagem de dados e fotografia – custa, em média, 40 mil dólares. E se o assunto pedir que o repórter viaje para uma zona de guerra, pode custar ainda mais.
Dono de uma larga tradição, o gênero do jornalismo narrativo explodiu nos anos sessenta com autores como Tom Wolfe, Gay Talese, Truman Capote, Hunter S. Thompson, Norman Mailer, entre outros. Foi chamado de Novo Jornalismo. Agora, em que a web dá origem à nova mídia, “[h]á uma idéia convencional de que a internet não é boa para os textos com mais de algumas centenas de palavras. No site da revista, nossas reportagens mais populares são as mais longas”, disse Marzorati.
Esses trabalhos incluem links, vídeos, espaço para comentários, e muitas vezes o autor da reportagem está disponível para responder às perguntas dos leitores. “Também temos o hábito de colocar algumas matérias online antes que saiam publicadas na edição semanal para gerar interesse de blogueiros e outros meios de comunicação. Agora, nós, os editores, somos também diretores e publicitários”.
Publicado por Thyago Mathias
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