Barack Obama, que, desde a reta final da campanha e, sobretudo, no dia de sua posse, pretende associar sua imagem à de Abraham Lincoln, um republicano, deveria tomar cuidado para não ver, ao fim de quatro anos, um país dividido entre partidários de um ou outro partido, entre brancos e negros, entre sulistas e nortistas, entre caipirões texanos e nova-iorquinos cosmopolitas. That's not the dream, ao menos não no discurso de Martin Luther King, incorporado por Obama.
Vale destacar algumas observações de Rove, em seu artigo:
A diferença entre aprovação de Obama entre os democratas (88%) e republicanos (27%) é de 61 pontos. Esta "lacuna de aprovação" é 10 pontos maior do que a de Bush, neste momento da sua primeira presidência, com vitória questionada.
Obama, através de suas ações e retórica, tem acelerado o processo. Sua campanha prometeu pós-partidarismo, mas, uma vez tendo assumido a presidência, afastou os republicanos de todo processo deliberativo. Obama tem acelerado o declínio do seu apoio entre os republicanos com críticas e ataques a seu antecessor. Para uma pessoa que prometeu a esperança e civilidade na política, Obama tem mostrado uma obsessão em atacar Bush. Isso mostra Obama, como mais um político convencional.
Obama deve saber se opinião dos independentes é mais próxima dos democratas ou republicanos. Recentes sondagens mostram que o apoio às suas políticas entre os independentes é declinante. A mais recente sondagem Fox News (31 mar), apontou que a aprovação de Obama entre os independentes caiu para 52%, nove pontos menos que no início de Março. Durante o mesmo período, o número de independentes que o desaprova duplicou para 32%, saindo de 16%. Independentes também se opõe ao orçamento proposto por uma margem de 55% a 37%.
Se o apoio dos independentes continuar em queda, muitos Democratas se preocuparão com as eleições intermediárias de 2010. Nenhum presidente nos últimos 40 anos tem feito mais para polarizar a América tão rapidamente. Em menos de 11 semanas conseguiu exatamente o contrário daquilo que prometeu.
Publicado por Thyago Mathias
Nenhum comentário:
Postar um comentário