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domingo, 26 de abril de 2009

Será o fim da Doutrina Monroe?

A Doutrina Monroe (América para os Americanos) foi apresentada pelo presidente dos EUA James Monroe em sua mensagem ao Congresso em 2 de dezembro de 1823: "Julgamos propícia esta ocasião para afirmar, como um princípio que afeta os direitos e interesses dos Estados Unidos, que os continentes americanos, em virtude da condição livre e independente que adquiriram, não podem mais ser considerados, como suscetíveis de colonização por nenhuma potência europeia”. Em artigo publicado no La Nacion no dia 22 de abril, Juan Gabriel Tokatlian, professor de relações internacionais da Universidade de San Andres (Argentina), dá outra versão à recente Cúpula das Américas com a presença de Obama:

"Com sua atitude em Trinidad e Tobago, Obama confirma a emancipação da América Latina e com isso acentua o ocaso da Doutrina Monroe. É notório na AL o avanço da China. Rússia retorna à região, ao tempo que Iran, Índia e África Do Sul se projetam ativamente na região. Os cinco - Pequim, Moscou, Teerã, Pretoria e Nova Delhi - procuram reforçar os laços em materias, energética e alimentar (áreas estratégicas de recursos vitais)".


"Ao interesse na região destes atores, some-se a variedade de atores não governamentais (partidos políticos, organizações civis de diversas índoles, movimentos antiglobalização, comunidades religiosas, indígenas, grupos transnacionais criminais, entre outros) com AL. Cresceram os questionamentos frontais aos EUA e surgiram governos manifestamente críticos à Washington".


"Nesse contexto, Barack Obama não parece inclinado em reconstruir à força a Doutrina Monroe. Isto significa que os âmbitos e assuntos continentais devem ser vistos como um sistema múltiplo e complexo. As instâncias coletivas (OEA, BID) deveriam fortalecer-se, assim como o Grupo do Rio, um potencial organismo regional para tratar da questão das drogas, e o Conselho Sulamericano de Defesa, e até o Banco do Sul, como eventual banco de desenvolvimento.


"Assistimos a um momento raro nas relações interamericanas: poucas vezes se apresentaram tantas condições para que a América Latina reduza a subordinação aos EUA com concordância desse. Nesse sentido, a V Cúpula das Américas significa o fim de uma época e o início de uma nova era nas relações interamericanas".
Publicado por Thyago Mathias

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